sexta-feira, 11 de setembro de 2009

JOÃO BATISTA DE MORAES RIBEIRO













SERIE ROSARENSES ILUSTRES Nº6

O Poeta maior de Rosario do Catete

JOÃO BATISTA DE MORAES RIBEIRO


*Adailton dos Santos Andrade


Possuidor de uma modéstia excessiva, o inspirado poeta rosarense teve seus famosos escritos publicados em jornais da antiga capital da republica. Colaborou em periódico, luso brasileiro, sergipano e outros. Nasceu no dia 8 de outubro de 1887, filho de João Caetano de Andrade e Amélia Dias Ribeiro. Fez estudos primários em apenas um ano com dois professores, sendo um em cada semestre. Através do próprio esforço, conseguiu aprender a ler e a escrever. Fez poesia deste cedo e tinha na musica uma dedicação primorosa. As dificuldades financeiras fizeram do jovem “super dotado” um estimulo em busca da superação. Começou a trabalhar como alfaiate, destacando-se na arte de confeccionar as roupas da sociedade da região. Foi musico de primeira grandeza, apesar de ter tido poucos ensinamentos na área musical. Como sacristão que fora por dois anos, auxiliando o padre Rocha Vilar, João Moraes assistia ás aulas do Padre Rocha Vilar justamente com os membros do coral, O solfejar da escala de dó a dó foi um grande aprendizado para ele. Na musica, alcançou quase todas as áreas: solfejava afinadamente e transmutava uma melodia de uma clave para outra em qualquer tonalidade. Como instrumentista, destacou-se pela sua execução e sonoridade, tocava piston, barítono, bombardino e flauta. Foi maestro e um dois fundadores das filarmônicas Coração de Maria (1906) e da Santa Cecília (1920).




(Biblioteca Publica Municipal inaugurada em 1999, que leva o nome de João Batista de Moraes Ribeiro , hoje desativada )
Regeu a orquestra sacra da matriz de Nossa senhora do Rosário por muitos anos. Ensinou e apresentou varias “missas” em latim a duas, três e quatro vozes.
Das missas apresentadas pelo ilustre maestro destacam-se; Beline, Três sustenidos, Collas, Si bemol, Couro Forte, Lima Grande, e outras, bem como todo o repertorio sacro da semana santa (musicas cantadas em latim, na procissão dos passos.
Compôs varias musicas em estilos variados; valsas, polcas, marchas e xotes. As composições religiosas evidenciam-se um hino em homenagem ao Sagrado Coração de Jesus no seu jubileu de Ouro de fundação, do apostolado no município em 1952, e um hino dedicado a Santo Amaro das Brotas.
Trabalhou no comércio, foi escrivão da coletoria federal, em Rosário do catete e no município de Japoatã, onde foi aposentado.
Entrou para a política, exercendo o mandato de vereador, chegando a ser presidente da Casa de Leis Municipal. Assumiu interinamente a administração municipal no inicio de 1950.
Colaborou na Associação de Caridade de Rosário do Catete, sendo o tesoureiro por mais de cinqüenta anos.
A poesia era a sua maior paixão, conta entusiasmado um dos seus discípulos, Sr. Luis Ferreira Gomes, diz, também que foi um grande charadista , tendo publicado seus escritos em jornais e almanaques, dentro de suas obras a “Canções de um Solitário” é a mais conhecido e apreciada dos seus fieis leitores.
Durante sua vida, foi uma pessoa muito estimada e querida pelos seus contemporâneos e admiradores. Hoje não é difícil encontrar uma obra dele nos grandes jornais de circulação da Contenguiba nas décadas de 20 a 40.
Faleceu em 30 de maio de 1970, no centenário de seu nascimento o Sr. Jose Martinho Xavier , então prefeito na época, junto com seu secretario Luis Ferreira Gomes, prestaram-lhe uma homenagem por ser uma das mais importantes personalidades do município de Rosário do Catete.



ESCRAVIDÃO

Quem viveu sem senti-la, se da vida,
Ela é parte integrante como a dor?
Saudade tem quem perde a mãe querida,
E o paterno carinho protetor.

Saudade da infantil quadra florida,
Quem há que não a sinta com rigor,
Bem como da feliz quadra vivida
Nas graças de cupido – Deus do amor?

Saudade – Enfim, de tudo que passou;
- Do bem que tão depressa se passou...
-Do mau que o próprio bem originou!...

Saudade, quem teu trono não sorveu?
Só mesmo a criancinha que expirou
No momento fatal em que nasceu...



SAUDADE

Eu era triste e só; e o meu viver,
Então me parecia desditoso.
Não tinha um coração afetuoso
Que amenizasse um pouco, o meu sofrer

Lutava pela vida, cauteloso
Nutrindo uma esperança: - a de poder,
Um dia construir meu lar ditoso
Nele ser feliz até morrer.

E assim, atravessei a mocidade,
Alimentando n’alma esta ilusão
Na crença de tornar realidade

Por fim, julguei lograr a aspiração...
Mas quando procurei a liberdade;
Estava reduzido à escravidão!...


O grande reconhecimento da critica nacional quanto ao trabalho literário de João Batista de Moraes Ribeiro foi a sua criatividade e inteligência de escrever as “Charadas.”
João Batista já estava escrevendo este tipo de diversão para os grandes jornais do eixo Rio São Paulo, sabemos mundo existem vários tipos de charadas, e estes tipos o Joao Batista soube explorar muito bem. As charadas são classificadas em:
O que é o que é? A mais idiota de todas,que normalmente são contadas por guris irritantes e chatos que gostam de interromper a conversa dos outros.Esse tipo de charada não tem lógica na respostas e nunca ninguém vai acertar uma.
Qual é o filme? Essa charada consta em a pessoa jogadora acertar um filme.Esses filmes são sátiras dos filmes originais,e quem conta essa charada com certeza não tem nada pra fazer.
O que é um pontinho? Nessa charada as pessoas perguntam o que é um pontinho em um tal lugar....

Hoje seus proprios conterraneas nao imagina ,nao conhece ou até mesmo nao dar o valor a este grande homem, que sabemos que foi o maior poeta que Rosario do Catete, um homem que foi o porta voz do seu tempo, na arte de escrever poesias, charadas, contos, e até mesmo na musica ele construiu um historia.

Lamentamos que a Biblioteca que levava seu nome, inaugurada em 1999, foi desativada, e as administraçoes nunca olharam aquele setor como um centro de cultura de saber, sempre renegada ao ultimo plano, lamentamos a situação de um municipio que nao tem uma biblioteca, um arquivo publico, um museu ou alguma coisa deste seguimento que preserve quarde a memoria dos seus filhos ilustres. Um municipio rico em cultura em historia, mas muito pobre em valorizar sua gente, suas tradiçoes.

Viva o poeta maior Joao Batista de Moaraes Ribeiro !
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Dados do Historiador:
*Adailton dos Santos Andrade é Licenciado em História, Pós Graduado em Ensino de História, Sócio Efetivo do IHGSE, Faz parte dos grupos de Estudo e Pesquisa da UFS: Estudo do Tempo Presente (UFS). /Grupo de Estudos e Pesquisas em História das Mulheres (UFS/CNPq) Adailton.andrade@bol.com.br – adailton_andrade@hotmail.com

Fonte:
História oral de Luiz Frreira Gomes
HISTÓRIA DE ROSARIO DO CATETE - SERGIPE

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