segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

HISTÓRIA DE DORES -SE II



Nossa Senhora das Dores Sergipe- SE
Histórico
No dia 4 de outubro de 1604, o capitão-mor Nicolau Felipe de Vasconcelos concedeu a Pero Novais de Sampaio, através de Carta de Sesmaria, duas léguas de terra em quadra "para pastorar seus "gados e criações". Essas terras iam do Outeiro das Piranhas a Enforcados, do lado do poente, ao longo do rio Sergipe "donde se encontravam terras devolutas e que nunca tinham sido povoadas de brancos".
Segundo Laudelino Freire, o povoado, no início, chamou-se Enforcados, em virtude de ali terem sido sacrificados alguns gentios que habitavam a região. Com a chegada de um religioso, pregador da Santa Missão, o topônimo foi mudado para Nossa Senhora das Dores.
Formação Administrativa 


Distrito criado com a denominação de Nossa Senhora das Dores, pela resolução provicnial nº 491, de 28-04-1858.
Elevado à categoria de vila com a denominação de Nossa Senhora das Dores, pela reslução provincial nº 555, de 11-06-1859, desmembra dos municípios de Capela e Divina Pastora. Sede no atual direito de Nossa Senhora das Dores. Constituído do distrito sede.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, a vila é constituído do distrito sede.
Elevado à condição de cidade com a denominação de Nossa Senhora das Dores, pela lei estadual nº 795, de 23-10-1920.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1960, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007. 


Fonte: IBGE

HISTÓRIA DE DORES-SE

LAMPIÃO EM NOSSA SENHORA DAS DORES
Lampião estava de tudo furioso.
 Archimedes Marques
 (Escritor e Delegado de Policia Civil no Estado de Sergipe)
 archimedes-marques@bol.com.br
LAMPIÃO EM NOSSA SENHORA DAS DORES
Lampião entrou pela primeira vez na cidade de Nossa Senhora das Dores, em Sergipe, no dia 25 de novembro de 1929 em ação considerada amistosa, ou seja, bem diferente do que ocorrera dias depois quando impiedosamente atacou a cidade de Queimadas na Bahia assassinando fria e covardemente sete indefesos soldados da polícia militar local, então aprisionados e imobilizados, em fatídico dia 22 de dezembro daquele ano, data essa que ficou marcada para sempre como sendo das maiores atrocidades praticadas pelos cangaceiros nas terras nordestinas.



Em Nossa Senhora das Dores, como sempre fazia Lampião quando iniciava as suas investidas criminosas chegando à determinada cidade, seqüestrou e manteve como sendo seu prisioneiro o vaqueiro de uma fazenda das cercanias da Serra do Besouro para que o mesmo servisse de guia para o bando composto então de sete cangaceiros sob o seu comando, vez que antes, estrategicamente, ali mesmo, para despistar e confundir as autoridades locais dividiu os grupos colocando-os sob os comandos de Corisco e Zé Sereno que então seguiram pela Serra do Boqueirão e adjacências


A ação inicial do bandido Lampião sempre objetivava extorquir os mais abastados cidadãos mediante ameaça de invasão, saque às casas comerciais, dentre outros tantos crimes que em decorrência da violência usada pelos cangaceiros por certo ocorreriam caso não fosse atendido.
A cidade vivia um dia de feira como tantos outros dias de feira que antecederam aquela data, entretanto, a chegada de Lampião fez aquele dia de feira diferenciado e tornou um verdadeiro pandemônio entre toda a população dorense, pois só o seu nome fazia tremer o mais valente dos valentões. A exemplo dos outros lugares, muitos correram a se esconder e outros mais corajosos e/ou curiosos aglomeraram-se para ver de perto o famoso bandoleiro sanguinário que tanto aterrorizava os nordestinos. Não distante do seu modus operandi, Lampião mandou dois cangaceiros até o alojamento da polícia militar onde se encontrava apenas dois praças que logo foram convencidos a não reagirem sob pena de morte, enquanto outro bandido tomou conta do telegrafo para que não fosse passada nenhuma mensagem para as cidades circunvizinhas. Com o restante do grupo, Lampião dirigiu-se até a residência do Padre João de Souza Marinho – pároco que atuou em Nossa Senhora das Dores de 1928 a 1933 e que foi o responsável pela inauguração da bonita e majestosa Igreja Matriz dessa cidade em 1930 – e depois de pedir a benção ajoelhado aos pés do vigário e de ser abençoado, o próprio Padre também passou a ser usado pelo cangaceiro chefe na sua trama criminosa. A partir de então o Padre Marinho ficou encarregado juntamente com o Intendente do Município, Coronel Manoel Leonidas Bomfim, de arrecadar junto à sociedade local a vultosa soma de cinqüenta contos de reis para que não houvesse derramamento de sangue, violência excessiva ou crimes diversos entre o povo dorense. Entretanto, essa quantia exigida não foi alcançada pelos involuntários arrecadadores da extorsão. Alguns dizem que fora arrecadado somente a metade do exigido, outros, porém, alegam que a quantia não passou de oito contos de reis. De uma maneira ou de outra, o fato é que de pronto a soma que não era pouca fora aceita pelo chefe dos bandidos, embora conste da história que, além disso, houve pequenos saques a algumas lojas comerciais. Na loja de Pedro Vieira Teles, mais conhecido por Mestre Pedrinho Alfaiate, alguns cangaceiros se apossaram de vários pares de meias, assim como também, tomaram à força algumas peças de tecidos e perfumes na loja de Manoel Leônidas. Houve momentos de algazarra na loja de Manoel Jose de Jesus logo contidos por interferência de Lampião que inegavelmente exercia grande voz de comando perante os seus asseclas.


Segundo consta das pesquisas do escritor Ranulfo Prata realizadas na própria época dos acontecimentos, os cangaceiros encantando-se com a beleza das moças da cidade pediram permissão a Lampião para organizarem um baile no sentido de haver um pouco de diversão, fato esse não concretizado em virtude da intervenção de terceiros. Desse ocorrido, complementa as pesquisas o escritor e advogado Jose Lima Santana, tendo inclusive entrevistado o Mestre Pedrinho anteriormente citado, asseverando que o cangaceiro que sugeriu o baile teria sido o jovem Volta Seca que na época contava com pouco mais de onze ou doze anos de idade, ao passo que quem teria contestado o pedido fora o escrivão Cotias e/ou o Coronel Figueiredo, entretanto, de um jeito ou de outro, o fato é que Lampião, além de não concordar com a realização da festa ainda mandou que Volta Seca refreasse o seu ímpeto de gaiatice e se mantivesse sem sair, como espécie de castigo, dentro da “marinete” pertencente a Joel Barreto de Souza, mais conhecido por “seu Jóia”, até que tudo terminasse.
E assim Lampião realizou a sua primeira visita de forma supostamente complacente a cidade de Nossa Senhora das Dores, tendo daí seguido viagem para Capela no automóvel pertencente a Otacílio Menezes, enquanto que os demais cangaceiros seguiram na citada “marinete” do “seu Jóia”. Em Capela, igualmente de forma “amistosa” e até assistindo um filme no cinema local, Lampião novamente conseguiu êxito na sua extorsão e ali também não houve derramamento de sangue, como de igual modo não houve em Aquidabã, a cidade seguinte dessa trina visita indesejada realizada pelo seu criminoso bando.
Seguindo o adágio popular de que “brasileiro só fecha a porta depois de roubado”, assim a cidade de Nossa Senhora das Dores fechou a sua. A Intendência Municipal que hoje é equiparada a Prefeitura contratou alguns corajosos homens para servirem de guardiões, de protetores da população. Das pesquisas realizadas nos arquivos municipais pelo escritor Jose Lima Santana ficou constatado através do achado das folhas de pagamento da época que Enock Menezes Campos, Pedro Francisco Dantas, Antonio Pedro dos Santos, Brasilino Vieira Ludugero, João Andrade e Arnaldo Gomes recebiam dinheiro mensalmente para dar segurança a população dorense, ou seja, uma espécie de guarda municipal armada pronta para matar e morrer em combate se preciso fosse.
Infelizmente esse exemplo não foi seguido por outros municípios e quase um ano depois o bando de Lampião fez a mesma incursão a essas três cidades, só que em sentido inverso, ou seja, Aquidabã, Capela e Nossa Senhora das Dores. Desta feita a visita de Lampião, além de indesejada não fora nada amistosa, muito pelo contrário, houve atrocidades diversas com rios de sangue e lágrimas em toda a sua trajetória.
Quando o bando de Lampião entrou na cidade de Aquidabã, o ínfimo contingente policial fugiu às pressas deixando as pessoas totalmente desprotegidas e nas garras dos cangaceiros. Jose Custódio de Oliveira, mais conhecido por Zé do Papel fora arrastado ruas acima e em frente a um armazém próximo da praça principal da cidade teve a sua orelha decepada a golpe de faca pelo próprio Lampião, depois do bando ter praticado saques no comércio local e tantos outros crimes de torturas contra pessoas amedrontadas, dentre os quais o assassinato de um débil mental de nome Souza de Manoel do Norte, mais conhecido por Abestalhado, sem esquecer que o endiabrado cangaceiro Zé Baiano pegou o roceiro Eduardo Melo e após espancá-lo com o coice do seu fuzil, também cortou a sua orelha seguindo o exemplo do seu chefe. Zé do Papel ainda viveu por muito tempo e viu o cangaço se acabar e seu carrasco morrer, entretanto, o Eduardo Melo não teve a mesma sorte e faleceu cerca de um mês depois da perversidade sofrida.
De Aquidabã o bando seguiu para Capela, mas aí a população fora avisada com antecedência e se armou para enfrentar os bandidos que não conseguiram transpor as barreiras bem articuladas pelos bravos cidadãos capelenses. As noticias das atrocidades em Aquidabã e da resistência em Capela logo se espalharam via telegrafo tal qual rastilho de pólvora. Assim, a cidade de Nossa Senhora das Dores que já estava guarnecida pelos seguranças contratados pela Intendência Municipal também ganhou reforço da própria população que se armou do jeito que pode para aguardar o facínora. O calendário marcava o dia 15 de outubro de 1930 quando o bando agora com 18 componentes pisou pela segunda vez as terras de Nossa Senhora das Dores. Lampião estava de tudo furioso, “soltando fogo pelas ventas” tal qual um imaginário dragão da Idade Média, pois além da derrota sofrida em Capela, também sabia que ali as trincheiras o aguardavam.
Além de ser um excelente estrategista, um verdadeiro general maléfico das caatingas, Lampião tinha uma eficiente rede de informações. Assim, chegou ao subúrbio Cruzeiro das Moças, por volta das 20:00 horas daquele dia, e temendo reação idêntica à de Capela, dirigiu-se à casa de Jose Elpídio dos Santos, filho de José Raimundo das trincheiras, justamente um dos guardiões contratados para defender a cidade. O seu objetivo era saber onde estavam montadas as trincheiras, a quantidade homens existentes, suas armas e munições dentre outros informes, entretanto, o interpelado cidadão reagiu soberbamente e não traiu os entrincheirados nem tampouco o povo de Nossa Senhora das Dores, fato que valeu a sua própria vida depois de barbaramente torturado em vão para delatar os seus conterrâneos dorenses. Do brutal assassinato de Jose Elpídio dos Santos fora gerado o único Processo Criminal contra o famigerado Lampião no Estado de Sergipe.
Consta das informações coletadas e colacionadas no referido Processo Criminal que a vítima Jose Elpídio dos Santos após ser sequestrada fora amarrada em um dos cavalos que serviam de montaria ao bando seguindo junto com os cangaceiros pelas cercanias da cidade. Na bodega pertencente a Manoel Martins Xavier, mais conhecido por Santo Bodegueiro, que por sinal não se encontrava presente no momento, houve saque e até o sequestro da sua mulher, Sergina Maria de Jesus, também conhecida por Constância, deixando os seus filhos pequenos sozinhos, sem os cuidados maternos pelo resto daquela noite.
Na Fazenda Candeal Lampião e a sequestrada Sergina Maria de Jesus dormiram no mandiocal, um amarrado ao outro, ou seja, os braços dela amarrados a uma das pernas dele, enquanto os outros cangaceiros e o sequestrado Elpídio dormiram na beira da estrada, todos próximos uns dos outros.
Na madrugada de 16 de outubro, após varias tentativas de obter informações não conseguidas, Lampião matou Elpídio e mandou Sergina voltar para casa. No laudo de corpo cadavérico anexado ao referido Processo Criminal, consta que o corpo da vítima estava perfurado a balas, e havia, ainda, um "rendilhado" de punhal. Os dedos das mãos, sob as unhas, estavam perfurados e a barba estava queimada. Ou seja, tal documento comprova que Lampião e seu bando torturaram Elpídio, antes de matá-lo, com requintes crueldade e covardia. A vítima preferiu morrer a delatar o seu pai e os demais guardiões da cidade. Um homem de coragem e determinação sem dúvida. Um homem que apesar de todo o atroz sofrimento que viveu não ficou no rol dos traidores do seu povo. Um homem que merece ser mais bem reconhecido pelas Autoridades constituídas de Nossa Senhora das Dores da atualidade.
Das pesquisas também consta que fora assassinado nesse trajeto um pobre rapaz, que era alienado mental, na saída do povoado Taboca. Dito rapaz, não identificado, teria na sua insanidade mental mexido com o cavalo de Lampião, segundo dizem, e por isso fora barbaramente executado a tiros pelos bandoleiros sem dó ou piedade.
Consta das grandes atrocidades que ficou para sempre marcada na história cangaceira, a castração do cidadão Pedro José dos Santos, vulgo Pedro Batatinha, que vinha da Malhada dos Negros, a fim de arrancar um dente em Nossa Senhora das Dores. Após ser imobilizado, de um só golpe em amolada faca foi decepado os seus testículos por um covarde cangaceiro aos olhares e risos dos seus colegas comandados por Lampião.


O pobre do Batatinha, enfim, fora socorrido  e encaminhado para Aracaju, onde o Dr. Belmiro Leite tratou do seu grave ferimento. Batatinha escapou e, segundo informações colhidas, morreu, na década de 1990, em São Paulo, por sinal casado, embora sem notícias de que o mesmo realizava as suas obrigações sexuais. Além de Ranulfo Prata e Jose Lima Santana, outros autores que escreveram sobre o cangaço registraram o fato da covarde e cruel capação de Batatinha.
Com a divisão efetiva do grupo de cangaceiros por Lampião em virtude da prisão de Volta Seca em 18 de fevereiro de 1932, formaram-se subgrupos chefiados por Corisco, Zé Baiano, Zé Sereno, Labareda e Pancada, sendo que cada um deles tinha o seu campo delimitado de atuação. Assim, o cangaceiro baiano de Chorrochó, Jose Ribeiro Filho, mais conhecido por Zé Sereno, ficou atuando criminosamente nas terras de Nossa Senhora das Dores e adjacências. Dentre as batalhas travadas pelo bando de Zé Sereno com populares, resistentes ou com a polícia volante, há de se destacar o “Fogo do Salobro”, no qual um dos cangaceiros, o Lírio Roxo, foi morto e decapitado, e o “Fogo do Cajueiro”, combate de bravura e resistência ocorrido no final da década de 30, bem próximo a chacina de Angico ocorrida em 28 de julho de 1938, cujo fato é hoje destaque no Projeto Memórias muito bem coordenado pelo historiador João Paulo Araujo de Carvalho na cidade de Nossa Senhora das Dores, sendo inclusive tema de um filme com o mesmo título em longa metragem que está sendo rodado com a participação de abnegados artistas da terra. Consta das pesquisas desse dinâmico jovem professor, escritor, historiador e porque não dizer também cineasta – com a ajuda inequívoca de outros participantes do Projeto Memórias, destarte para o incansável trabalho do artista plástico e historiador Manoel Messias Moura – em entrevistas diversas com os moradores mais antigos das localidades dorenses, em especial, a história contada por dona Isaura Lopes Clementino, testemunha viva do fato que em breve fará 99 anos de idade. Do seu relato observa-se que o seu pai, João Clementino, que anteriormente, no município de Triunfo em Pernambuco tivera um entrevero com Lampião, desta feita, então residente na Fazenda Cajueiro de propriedade do seu compadre o Coronel Vicente de Figueiredo, mais conhecido como Coronel Vicente da Tabúa, homem poderoso dono de cinco fazendas naquele município além de outras em Gararu e Aquidabã resistiu com a ajuda inequívoca dos seus amigos a um ataque de Zé Sereno e seus sequazes comandados, entrincheirados dentro da casa sede dessa fazenda, bravamente lutando e contra-atacando os bandidos à bala, através das famosas “torneiras” então existentes nas largas paredes de tal prédio. Do Fogo do Cajueiro há também de se destacar a coragem e a destreza de Pedro Clementino, filho de João Clementino e irmão de Isaura Clementino que inclusive chegou a salvar a vida do Coronel Figueiredo.
O rude Coronel Figueiredo que tinha verdadeira ojeriza a ladrões a ponto de torturá-los dentro da prensa de fazer os fardos de algodão – produto abundante nas suas terras – desse dia em diante passou a mais ter ódio aos bandidos, em especial ao bando chefiado por Zé Sereno. Apesar do grupo de Zé Sereno ser composto por somente cinco homens, fizeram os mesmos um grande estrago na Fazenda Cajueiro, vez que não conseguindo romper a resistência, mataram como vingança aproximadamente uma dúzia de vacas que estavam nas cercanias da casa.
O tema cangaço que tem sido recorrente nas pesquisas do Projeto Memórias, resgata não somente a história de Nossa Senhora das Dores, mas também alarga a história de Sergipe, pois além de tudo gera resultados na produção de artigos, documentários, filmes e discussões com o povo que por certo abraça essa idéia e que no futuro próximo pode gerar rendas e dividendos para muitos quando colocar de vez o seu município na rota de turismo do cangaço.


Foi dentro desse contexto que Lampião pela terceira vez aportou em Nossa Senhora das Dores, desta feita no último dia 31 de agosto de 2012, com o livro LAMPIÃO CONTRA O MATA SETE. Aos abnegados pesquisadores e historiadores, resgatadores da história cultural dorense, João Paulo de Araújo de Carvalho e Manoel Messias Moura que comandam o Projeto Memórias, exaro a minha eterna gratidão em poder dispor a minha obra literária e apresentar uma palestra bem movimentada a um público de pessoas interessadas e cultas que superlotou a galeria da Câmara Municipal nesse glorioso e inesquecível dia.
Do Projeto Memórias e das suas conseqüências relacionadas ao cangaço é trazido a tona fatos de relevância histórica até então desconhecidos da maioria, pois o que se sabia desse tempo de luta, sangue, dor e lágrimas em solo dorense, era somente que o seu povo apenas teria se humilhado aos pés de Lampião – o que de fato ocorrera quando da sua primeira visita a cidade sede – entretanto, conforme o dito, disso gerou reação e resistência comprovando assim a força, a pujança, a determinação, a bravura de homens que eram capazes de darem as suas próprias vidas em defesa dos seus propósitos como assim o fez Jose Elpídio dos Santos, sem dúvida um herói, um mártir ainda não reconhecido por Nossa Senhora das Dores.


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

São Cristóvão




Parabéns São Cristóvão pelo seus
 427 anos de função 



São Cristóvão é a quarta cidade mais antiga do país e foi a primeira capital de Sergipe, foi fundada por Cristóvão de Barros, no dia 1º de Janeiro de 1590, época em que Portugal estava sob domínio do Rei Felipe II da Espanha. Tombada pelo patrimônio histórico nacional desde 1939, São Cristóvão desenvolveu-se segundo o modelo urbano português, em dois planos: cidade alta, com sede do poder civil e religioso, e cidade baixa, com o porto, fábricas e população de baixa renda. O casario guarda nas fachadas e nos telhados a divisão social do Brasil Colônia, com os telhados representando cada grupo de poder. Os tribeiras, os beiras e os eiras indicavam aos passantes quem ali morava. Se era rico ou pobre, poderoso ou não.
Em 1637 foi invadida pelos holandeses, ficando praticamente destruída.
Em 1645, os holandeses são expulsos de Sergipe, deixando a cidade em ruínas. No final do século XVII, Sergipe é anexado à Bahia e São Cristóvão passa a sede de Ouvidoria. Nos meados do século XVIII, a cidade é totalmente reconstruída. No dia 8 de julho de 1820, através de decreto de Dom João VI, Sergipe é emancipado da Bahia, sendo elevado à categoria de Província do Império do Brasil e São Cristóvão torna-se, então, a capital.
No final da primeira metade do século, os senhores de engenho lideram um movimento com o objetivo de transferir a capital para outra região, onde houvesse um porto capaz de receber embarcações de maior porte para facilitar o escoamento da produção açucareira, principal fonte da economia na época. Em 17 de março de 1855, o então presidente da Província, Inácio Joaquim Barbosa, transfere a capital para Aracaju.
As fotos, são de 2004.

De acordo com a Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, a cidade sofreu sucessivas mudanças até firmar-se no local atual, à margem do Rio Paramopama, afluente do Vaza-Barris. “A primeira transferência deu-se entre 1595 e 1596, por motivo de segurança contra possíveis ataques dos franceses, que buscavam reconquistar o território do qual foram banidos. E, como conheciam o Cotinguiba, poderiam penetrar e surpreender a povoação num ataque fulminante”, diz a Enciclopédia.
O novo local escolhido foi uma elevação que ficava próxima à barra do Rio Poxim. A maioria dos historiadores acredita que a segunda mudança de São Cristóvão aconteceu antes de 1607. Não se sabe, também, a causa da nova transferência, que desta vez foi para bem distante, às margens do Paramopama. Depois que estabeleceu as bases da capitania, Cristóvão de Barros regressou para a Bahia em 1591, deixando a povoação aos cuidados de Tomé da Rocha.