quarta-feira, 27 de junho de 2018

MEMÓRIAS DE UM BISPO PROFÉTICO , NO REGIME MILITAR .

 

Dom Adriano, de  Aracaju, São  Cristóvão  para o Rio  de Janeiro 


O cristianismo é também feito de memória. Como cristãos não podemos, pois, deixar passá-la em branco, sobretudo a profética. E como parte desta memória profética como não trazer presente aquela que nos é transmitida a partir da experiência originada de momentos críticos vividos pela sociedade brasileira no tempo da ditadura militar? E, destes momentos, como não trazer o testemunho de luminosos profetas como dom Waldir Calheiros, bispo emérito da Diocese de Barra do Piraí/Volta Redonda-RJ, falecido aos 30 de novembro de 2013? Sua trajetória, enquanto pastor da Igreja diocesana de Volta Redonda, marcada pela firmeza na fé e pela resistência diante da repressão militar, é exemplo que serve de modelo para o exercício profético do cristianismo. Em 2001 foi lançado o livro: O Bispo de Volta Redonda: memórias de Dom Waldir Calheiros[1], organizado por Célia Maria Leite Costa, Dulce Chaves Pandolfi e Kenneth Serbin. Nesta obra, desenvolvida em forma de entrevista, o bispo fez declarações sobre o período crítico e obscuro da ditadura militar. Entre os fatos narrados, a prisão dos frades dominicanos e o sequestro de dom Adriano Hipólito, na época, bispo da Diocese de Nova Iguaçu-RJ. Foi um período em que a opção preferencial pelos pobres poderia ser motivo de perseguição e morte, como também ocasião de testemunho profético por parte da Igreja do Brasil. Transcrevemos, a seguir, parte da entrevista das supracitadas organizadoras do citado livro – p. 132-133; 136-137; 138-140. “Foi marcante, para o senhor, o dia em que foi decretado o AI-5, em dezembro de 1968? Lembro-me até do local onde escutei essa notícia.

Eu estava passando por Barra Mansa, seguindo de Resende para Volta Redonda, quando ouvi a notícia extraordinária pelo rádio. O discurso do Márcio Moreira Alves na Câmara foi a gota d’água que precipitou o AI-5. Os militares, que já não estavam mais conseguindo sustentar as manifestações contra a ditadura, decidiram endurecer a repressão. Logo pensei: ‘Agora o pau vai comer’. E fiquei aguardando. Depois que o ato foi publicado, muitos desapareceram do mapa, inclusive o Márcio, que teve o mandato cassado. Não houve alternativa para continuar vivo senão sair do país. […] Sabe-se que setores da Igreja foram muito atuantes nesse momento de repressão mais intensa, dando cobertura àqueles mais visados pela ditadura. A Igreja, em toda a sua história, sempre assumiu uma posição contrária às ditaduras e acolhedora a todos os perseguidos políticos, apoiando-os e garantindo-lhes proteção. Agíamos com muita verdade. Nesse episódio do AI-5, minha participação foi relativa. Fui chamado à Nunciatura. A participação empenhada do núncio apostólico, dom Sebastião Baggio, era conhecida. Foi ele quem acolheu na Nunciatura a Branca Moreira Alves, mãe do Márcio, grande mulher, mãe e esposa.

Quase simultaneamente, comunicou-me que estava preocupado com a situação de uma outra moça da Ação Católica e pediu-me que eu desse um jeito para ela sair do Brasil. Tomei um susto com o pedido. Na época, eu era apenas um auxiliar do cardeal do Rio. O mesmo ocorreu em relação a uma presa política. Eu visitava os presos e presas políticos no Rio. Essa moça montou um esquema de fuga do presídio Talavera Bruce, em Bangu, e perguntou-me se eu poderia lhe dar cobertura quando estivesse fora. Procurei alguém que se prontificou, de imediato, a ajudar: ‘Quando bater à porta, nem precisa dizer do que se trata. Basta dizer que você mandou. Não perguntarei de onde veio’. Havia, da parte de alguns bispos e padres, essa atitude de se colocar em risco, de pôr em prática aquilo em que se acreditava. E acreditávamos que estar preso só por pensar diferente não tinha razão de ser. ‘Estive preso e você esteve comigo (Mt 25,43)’ [p. 132-133] […].   “A prisão dos dominicanos (1969) Em 1969, a repressão sobre a Igreja se intensificou, atingindo-a mortalmente, com o assassinato do padre Henrique Pereira Neto, cujo corpo, cheio de marcas de torturas, foi deixado perto da Escola de Engenharia, em Recife.[2] Padre Henrique era assistente da Juventude Universitária. Foi assassinado friamente no dia 27 de maio, como uma forma de atingir dom Hélder. Ele próprio relacionou a morte à sua pessoa e chegou a desabafar, dizendo: ‘Se é a mim que procurais, deixai os outros irem” (Jo 18,8). Mais doloroso do que a própria morte, é ver a morte de outrem por nossa causa. No dia do enterro, numa belíssima manifestação, o povo percorreu as ruas de Recife, cantando Prova de amor maior não há. A polícia cercou, ameaçou intervir, mas dom Hélder permaneceu firme, liderando o povo, numa posição muito corajosa. E a repressão ao clero prosseguiu, culminando, no final do ano, com a prisão de 11 dominicanos, um jesuíta e dois padres seculares, sob a acusação de envolvimento com a Ação Libertadora Nacional, organização que propunha a luta armada contra o regime. Essas prisões vincularam-se à morte de Carlos Marighella.[3] Que informações o senhor teve desse episódio? Os dois primeiros, frei Fernando Brito e frei Ivo Lesbuapin, foram presos no Rio de Janeiro em 2 de novembro de 1969 e levados para São Paulo.







Os freis Tito Alencar, Georgio Callegari e Maurício, que estavam no Convento dos Dominicanos, em São Paulo, foram presos dia 3. No dia seguinte, 4 de novembro, prenderam frei Romano, no Rio. E somente no dia 8 frei Betto foi detido no Seminário Cristo Rei, onde estudava, em Porto Alegre. Todos foram indiciados, mas apenas quatro foram condenados: frei Ivo, frei Fernando, frei Betto e frei Tito. Poucos anos depois, em 1974, psicologicamente desmontado pelas torturas, Tito suicidou-se em Paris. Sei que, após a morte de Mariguella, a organização deu fuga aos seus militantes que buscavam sair do país. Hoje, é do conhecimento geral que a captura e a morte de Marighella foram montadas pela repressão. A morte ocorrera dias antes. O suicídio de frei Tito deve ter abalado a Igreja. Foi um fato muito doloroso. Submetido a torturas terríveis, ele perdeu a identidade. Foi banido, depois de dois anos preso, e sacrificado. É terrível levar a pessoa a tirar sua própria vida. Não foi suicídio. Foi morte induzida. Um sistema mentiroso só podia produzir mentiras. O suicídio de frei Tito foi uma mentira. Boletins e circulares internos com as informações certas foram fundamentais para o conhecimento da verdade. Era a forma de se transmitir as informações sobre o que estava ocorrendo, diante da forte censura que vigorava?
Era a nossa forma artesanal de nos comunicarmos. Outra era enviar circulares diretamente aos bispos, quando os acontecimentos na diocese eram ocultados pela mídia. Havia também um informativo produzido em São Paulo pelo padre Charles Antoine. Outra fonte eram os informes enviados do exterior – França, Itália, Bélgica… – que, com liberdade, relatavam o que acontecia no país. Certos fatos que desconhecíamos nos eram transmitidos por revistas, cadernos e informes externos antes de sua divulgação no Brasil. Se não nos comunicássemos, ficaríamos isolados e dificilmente se entenderia nosso proceder” [136-137] […].   “O sequestro de dom Adriano Hipólito (1976) Que impacto causou na Igreja o sequestro de dom Adriano Hipólito, bispo de Nova Iguaçu? Dom Adriano vivia na Baixada Fluminense, dormitório desarrumado e sem condições de vida humana, localidade sofrida, desconhecida pelos governantes, manchada pela difamação de certa imprensa e apresentada como cidade violenta. A região encontrou em dom Adriano um pastor solidário à sua gente e à sua sorte, de posição firme nas denúncias sobre o desprezo e a injustiça dirigidos contra Nova Iguaçu e sua população, que ele repetia sempre ser de gente boa, trabalhadora e sacrificada. As pequenas crônicas n’A Folha, semanário da diocese de Nova Iguaçu, relatam os problemas de sua gente sofredora. Os pobres da região tinham a quem recorrer.
Havia muita afinidade entre nós, e algumas coincidências. Éramos ambos nordestinos. Ele havia sido auxiliar em Salvador e eu no Rio. Tomou posse como bispo de Nova Iguaçu em 1966 e, dias depois, em 8 de dezembro, fui empossado em Volta Redonda. O sequestro aconteceu em 22 de setembro de 1976, aproximadamente às 19 horas, e repercutiu forte na Igreja, principalmente junto ao episcopado. Na época, dom Alfonso Trujillo, secretário do Conselho Episcopal Latino-Americano, estava de passagem pelo Rio e foi visitar dom Adriano, quando este deixou a residência de dom Eugênio, no Sumaré. O núncio apostólico, dom Carmine Rocco, também foi ao seu encontro. A imprensa noticiou sobejamente o fato. Mas não se pode desprezar a provocação dos extremistas da linha dura do Exército, que agiram para recrudescer a situação de conflito entre Igreja e governo. No final do sequestro, explodiram o fusca de dom Adriano na frente da sede da CNBB. Não aceitavam uma Igreja do lado dos pobres. Mesmo que a Igreja não quisesse fazer a opção pelos pobres, os pobres fizeram a opção pela Igreja e a obrigaram a fazer a opção por eles. Em conversa com o senhor, dom Adriano chegou a revelar detalhes das violências a que foi submetido? Adriano me confidenciou uma coisa muito interessante, que não chegou a dizer à imprensa. Quando foi preso e jogado dentro do carro, depois que libertaram a namorada do sobrinho, colocaram-lhe um capuz na cabeça e começaram a se referir ao seu trabalho com palavrões, chamando-o de subversivo, de agitador, disso e daquilo. Naquele momento, disse-me ele que pensou: ‘Ah, já sei por que estão me sequestrando.
É por causa do meu trabalho com os pobres’. E concluiu: ‘Quando percebi isso, fui invadido por uma grande tranquilidade’. Acrescentou que, depois de muito circularem, os sequestradores fizeram-no descer do carro, despiram suas roupas e pintaram todo o seu corpo com spray vermelho. Ao sentir o líquido sobre o corpo, ele pensou: ‘Estão ungindo meu corpo para depois tocar fogo’. Já aceitando o desfecho, que felizmente não ocorreu. Afinal, por volta de 21:30h, o deixaram nu, pintado de vermelho e de mãos amarradas, em um lugar ermo nas proximidades de Campo Grande. Ele sofreu algum tipo de violência física? Ele relatou que socaram muito o seu sobrinho, também sequestrado, que dirigia o carro. Adriano pediu que não fizessem aquilo. Com ele, só diziam: ‘Cale a boca comunista, subversivo. Quem trabalha com comunista também é comunista’. Contou também que, mesmo com as duas mãos amarradas, à margem da estrada, fez sinal para um carro que passou, mas foi inútil. Até que viu um homem a pé, chamou-o, e esse o atendeu.
Enquanto conversavam, um carro aproximou-se, e o motorista, ao ver aquele homem sentado, com as mãos amarradas, diminuiu a marcha e perguntou quem era. Adriano explicou o que acontecera e disse: ‘Eles tiraram a minha roupa. Preciso pelo menos de uma calça para vestir’. O motorista morava perto, levou-o à sua casa, deu-lhe uma roupa, e com ele foi até a delegacia. Em sua declaração à imprensa, dom Adriano disse que os sequestradores haviam mandado um recado: ‘O próximo será o Calheiros, de Volta Redonda’. Quando eu soube da ameaça, lembrei-me de que, antes de pegarem Adriano, por três noites consecutivas, percebi um carro desconhecido estacionado defronte à minha casa. Também à frente da casa, do outro lado da rua, havia a Casa de Saúde São José, onde havia um ponto de táxi sempre com dois ou três carros estacionados. Talvez isso tenha inibido uma ação mais ousada. E o senhor não teve medo, dom Waldyr? Naturalmente, tomam-se certas precauções de não se expor. Mas, medo, não. O medo leva à fuga, busca o pretexto de ‘prudência’ e silencia a pessoa. Não mudei o meu ritmo de atividade. Certa vez, fui ameaçado de morte, fui avisado. Tomei minhas cautelas de não me expor. De outra feita, escapei de uma tentativa de ser pego. Alertado, soube sair da situação. Não sou um corajoso afoito.Procuro ser fiel no que acredito. O senhor recebeu apoio de setores do clero?
Dom Eugênio telefonou-me, preocupado com a minha segurança. Falou-me que sabia que a polícia já estava me dando cobertura e que o Exército se dispunha a me proteger, mas que tinha receio de se oferecer pelos conflitos que tiveram comigo. Se eu permitisse, um coronel iria me procurar. Concordei. De fato, um coronel foi conversar comigo no bispado. Entrou e foi logo começando: ‘Como o senhor, dom Waldyr, sabendo da ameaça que lhe fizeram, ainda vai fazer um sermão na Catedral de Nova Iguaçu em solidariedade a dom Adriano, chamando os sequestradores de covardes?’ Na realidade, o coronel não foi lhe dar proteção, e sim repreendê-lo. E o que o senhor respondeu? Eu não tinha nada a dizer. O que ia responder a um homem que me questionava: ‘Como o senhor, ameaçado, ainda teve coragem de falar daquela maneira?’ Que segurança me transmitia? Mais tarde, fiquei sabendo que não era coronel, e sim, médico, mas se prestava a esse papel. Foi me oferecer proteção intimidando… Acabou-se” [p. 138-140].

fonte  de  pesquisa: http://www.itf.org.br/regime-militar-memoias-de-um-bispo-profetico.html



[1]. Rio de Janeiro: FGV, 2001.
[2]. O assassinato do padre Antônio Henrique Pereira Neto, ocorrido em Recife no dia 27 de maio de 1969, teve a autoria atribuída a extremistas de direita.
[3]. A morte de Carlos Marighella, dirigente nacional da ALN, ocorreu em 4 de novembro de 1969, após a prisão de cerca de 20 membros da organização.

DOM ADRIANDO HYPOLITO , o Sergipano anônimo na história sergipana



Dom Adriano Hypolito nasceu a 18-01-1918 em Aracaju, na  rusa de itabaianinha  - centro, mas  passou sua  infância com a avó em São Cristóvão, Aos 14 anos entra para o Convento dos franciscanos. É ordenado padre em 18-10-1942 , em Salvador. No ano seguinte é nomeado professor do Seminário Franciscano de Ipuarana, Paraíba, permanecendo aí até julho de 1948. Neste ano parte para Europa em estudos para a história dos franciscanos no Brasil. Em abril de 1951 volta para o Seminário de Ipuarana, atuando como diretor de estudos e professor até 1961. Neste ano é transferido para o Convento Franciscano de Salvador, onde assume a função de visitador da província franciscana e presidente do Capitulo Provincial. Em novembro de 1962 é nomeado pelo Papa João XXIII, Bispo-auxiliar de Salvador. Participa do Concilio Vaticano II, em Roma entre 1963- 1965. Em 1966 é nomeado Bispo de Nova Iguaçu. Ao tomar posse propõe um trabalho pastoral que desse respostas aos problemas da Baixada.





Dez anos após assumir o pastoreio na Diocese, Dom Adriano fora seqüestrado, espancado e abandonado, despido. De 22 de setembro de 1976, quando ocorrera o seqüestro, até hoje, ninguém foi processado, embora o jornal Movimento tenha denunciado um tenente da Vila Militar.As intimidações não cessam. O semanário litúrgico A Folha, de 29-05-77, foi falsificado aos milhares e distribuído nas igrejas da Baixada e enviada para várias partes do Brasil. No dia 19 de junho do mesmo ano, por determinação do Comandante do 1° Exército, foi cancelada uma conferência sobre Direitos Humanos, para constituição de uma Comissão de Justiça e Paz, que realizar–se–ia no Centro de Formação. E no sábado dia 18, elementos do Exército e da Polícia, procuraram repetidas vezes, o Centro de Formação sob os mais diversos pretextos e no domingo dia 19, cercaram e ocuparam o Centro de Formação, com verdadeiro aparato de guerra.




Dom Adriano não se intimidou , em 12 de fevereiro de 1978, cria a Comissão de Justiça e Paz com a finalidade de “defender os Direitos Humanos à luz da fé; considerando que se faz necessária uma entidade que assuma na Baixada Fluminense de maneira estável esta missão de defender a Justiça e a Paz, ...”Em março de 1978, Dom Adriano fora seguido secretamente em suas visitas dentro da Diocese e nas visitas que fez a outros Bispos da região. Foi vigiado até mesmo de helicóptero, durante uma conferência para o clero de Volta Redonda. Em Abril do mesmo ano, Dom Adriano recebeu ameaças de novo sequestro e castigo exemplar. Da noite de 8 para 9 de Novembro de 1979 as igrejas de Santo Antônio da Prata, Catedral e Santa Rita, amanhecem pinchadas com injúrias contra Dom Adriano. A escalada do terror atinge a Catedral, a Igreja – Mãe da Diocese. No dia 20 de dezembro de 1979, uma bomba explode no altar da Catedral. Uma carta deixada na igreja acusa Dom Adriano de proteger comunistas. “quando apoiamos uma organização que não é da Igreja propriamente, mas luta por dias melhores para todos, como o Movimento Amigo de Bairro, nós estamos na linha de Jesus Cristo: nós temos compaixão do nosso Povo.” (sermão de Dom Adriano na missa após o atentado). Em 1993 Dom Adriano inaugura o Centro de Direitos Humanos, que continuou o magnífico trabalho da Comissão de Justiça e Paz. No ano seguinte, Dom Adriano aos 76 anos, deixa a direção da Diocese e assume a título pessoal a Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania (SODIHC) e eventual colaboração na Pastoral Diocesana. Dom Adriano faleceu no dia de São Lourenço, 10 de agosto de 1996.


Quando o Imperador romano Valeriano exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja, ele encheu o palácio de pobres, dizendo: “Eis o tesouro da Igreja”. Dom Adriano viveu realmente a opção pelos pobres. Concluímos com a saudação que Dom Adriano costumava fechar as grandes celebrações: “Viva Jesus Cristo... Viva Maria nossa Mãe Santíssima... Viva o nosso Povo sofrido da Baixada ”.
 


- O texto da extraído da página da página da Diocese de Nova Iguaçu de Nova Iguaçu. Ele é fruto de um estudo do historiador Antônio Lacerda de Meneses, do Arquivo da Cúria Diocesana.