Dom
Adriano Hypolito nasceu a 18-01-1918 em Aracaju, na rusa de itabaianinha - centro, mas passou sua infância com a avó em São Cristóvão, Aos 14
anos entra para o Convento dos franciscanos. É ordenado padre em
18-10-1942 , em Salvador. No ano seguinte é nomeado professor do
Seminário Franciscano de Ipuarana, Paraíba, permanecendo aí até julho de
1948. Neste ano parte para Europa em estudos para a história dos
franciscanos no Brasil. Em abril de 1951 volta para o Seminário de
Ipuarana, atuando como diretor de estudos e professor até 1961. Neste
ano é transferido para o Convento Franciscano de Salvador, onde assume a
função de visitador da província franciscana e presidente do Capitulo
Provincial. Em novembro de 1962 é nomeado pelo Papa João XXIII,
Bispo-auxiliar de Salvador. Participa do Concilio Vaticano II, em Roma
entre 1963- 1965. Em 1966 é nomeado Bispo de Nova Iguaçu. Ao tomar posse
propõe um trabalho pastoral que desse respostas aos problemas da
Baixada.
Dez
anos após assumir o pastoreio na Diocese, Dom Adriano fora seqüestrado,
espancado e abandonado, despido. De 22 de setembro de 1976, quando
ocorrera o seqüestro, até hoje, ninguém foi processado, embora o jornal
Movimento tenha denunciado um tenente da Vila Militar.As intimidações
não cessam. O semanário litúrgico A Folha, de 29-05-77, foi falsificado
aos milhares e distribuído nas igrejas da Baixada e enviada para várias
partes do Brasil. No dia 19 de junho do mesmo ano, por determinação do
Comandante do 1° Exército, foi cancelada uma conferência sobre Direitos
Humanos, para constituição de uma Comissão de Justiça e Paz, que
realizar–se–ia no Centro de Formação. E no sábado dia 18, elementos do
Exército e da Polícia, procuraram repetidas vezes, o Centro de Formação
sob os mais diversos pretextos e no domingo dia 19, cercaram e ocuparam o
Centro de Formação, com verdadeiro aparato de guerra.
Dom
Adriano não se intimidou , em 12 de fevereiro de 1978, cria a Comissão
de Justiça e Paz com a finalidade de “defender os Direitos Humanos à luz
da fé; considerando que se faz necessária uma entidade que assuma na
Baixada Fluminense de maneira estável esta missão de defender a Justiça e
a Paz, ...”Em março de 1978, Dom Adriano fora seguido secretamente em
suas visitas dentro da Diocese e nas visitas que fez a outros Bispos da
região. Foi vigiado até mesmo de helicóptero, durante uma conferência
para o clero de Volta Redonda. Em Abril do mesmo ano, Dom Adriano
recebeu ameaças de novo sequestro e castigo exemplar. Da noite de 8 para
9 de Novembro de 1979 as igrejas de Santo Antônio da Prata, Catedral e
Santa Rita, amanhecem pinchadas com injúrias contra Dom Adriano. A
escalada do terror atinge a Catedral, a Igreja – Mãe da Diocese. No dia
20 de dezembro de 1979, uma bomba explode no altar da Catedral. Uma
carta deixada na igreja acusa Dom Adriano de proteger comunistas.
“quando apoiamos uma organização que não é da Igreja propriamente, mas
luta por dias melhores para todos, como o Movimento Amigo de Bairro, nós
estamos na linha de Jesus Cristo: nós temos compaixão do nosso Povo.”
(sermão de Dom Adriano na missa após o atentado). Em 1993 Dom Adriano
inaugura o Centro de Direitos Humanos, que continuou o magnífico
trabalho da Comissão de Justiça e Paz. No ano seguinte, Dom Adriano aos
76 anos, deixa a direção da Diocese e assume a título pessoal a
Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania (SODIHC) e
eventual colaboração na Pastoral Diocesana. Dom Adriano faleceu no dia
de São Lourenço, 10 de agosto de 1996.
Quando
o Imperador romano Valeriano exigiu de Lourenço os tesouros da Igreja,
ele encheu o palácio de pobres, dizendo: “Eis o tesouro da Igreja”. Dom
Adriano viveu realmente a opção pelos pobres. Concluímos com a saudação
que Dom Adriano costumava fechar as grandes celebrações: “Viva Jesus
Cristo... Viva Maria nossa Mãe Santíssima... Viva o nosso Povo sofrido
da Baixada ”.
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O texto da extraído da página da página da Diocese de Nova
Iguaçu de Nova Iguaçu. Ele é fruto de um estudo do historiador
Antônio Lacerda de Meneses, do Arquivo da Cúria Diocesana.
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