REGISTRO HISTÓRICO DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE ROSÁRIO DO CATETE, 184 ANOS. JUNTOS , CELEBRAMOS 200 ANOS DE SERGIPE !!!
A
emancipação política do município de Rosário do Catete/SE acontece no dia 12 de
março, dia em que se completará 184 anos de história e tradição. É necessário uma
reflexão sobre esta data simbólica, sublinhando marcas do seu passado, suas
memórias e preservação do legado cultural. Portanto, o fundamento da
celebração e realização da emancipação política nos dias que antecede e sucede
o dia 12 de março, foca o olhar sobre o passado,
a manutenção de sua memória histórica e cultural, por fim os valores dos
seus filhos ilustres, sobretudo daqueles que fizeram parte do cenário político
local e nacional.
Ano que comemoramos o Bi Centenário de Emancipação de
Sergipe, separação política da Bahia, o
povo sergipano entende que o de
Julho de 1820, não foi
só uma assinatura de um decreto imperial, e sim o nascimento
de um sentimento de ser Sergipano,
nasce aí o que chamamos de sergipanidade.
Tudo aconteceu
a 200 anos atrás, o imperador D.
João VI, sentindo-se grato com a participação da elite sergipana no processo de
expansão da revolução pernambucana de 1817, decretava Sergipe independente da
Bahia e nomeava Carlos César Burlamaqui para ser seu primeiro governante.
A Bahia não aceitou assim tão
fácil a decisão de D. João e criou obstáculos, prendendo Carlos Burlamaqui. D.
Pedro I, que assumiu depois da abdicação de seu pai e proclamou a independência
do Brasil, confirmou, por Carta Imperial, em 5 de dezembro de 1822 a Carta
Régia de D. João VI, reafirmando a autonomia de Sergipe.
A Carta Régia que desanexou da
Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente,
completa 200 anos, e é, ainda, uma referência, um marco, para a compreensão da
história. Por mais que os episódios gerados pela decisão de Dom João VI ainda
careçam de melhor interpretação, o 8 de julho de 1820 tem sido convertido no
símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica, da construção
da sergipanidade.
A emancipação política de
Sergipe fez nascer e crescer vilas e cidades, ocupando estrategicamente o
território, como suporte das atividades econômicas. A crescente produção
açucareira nas terras pretas e gordas do massapê fez de Laranjeiras e de Maruim
dois centros urbanos destacados na Província, fez nascer a Vila
do Rosário do Catete, centro das decisões politicas do estado de Sergipe para onde
convergiam as atenções. Estância ao sul, Vila Nova, hoje Neópolis, e Propriá,
ao norte, Itabaiana e Lagarto, ao oeste, juntamente com a capital, São
Cristóvão, davam a Sergipe os ares do progresso.
Sergipanidade
O 8 de julho é também uma data
considerada o dia da Sergipanidade, por ser a data em que Sergipe conquistou
sua emancipação política da Bahia. A data é marcada todos os anos, por diversas
comemorações que envolvem o fazer cultural sergipano e a valorização do seu povo,
nessa data, Sergipe comemorará seu
bicentenário de emancipação
política, mas oficialmente o dia da Sergipanidade ficou mesmo com a outra data
que antes também se comemorava o dia e emancipação do estado o então 24 de
outubro.
Uma data que agora tem outro
sentido, comemoramos o dia do sentimento, do orgulho de ser sergipano, esse
termo sergipanidade foi usado primeiramente por Tobias Barreto, mas somente nas
últimas duas décadas que a Sergipanidade começou a ser tratada como um conceito
cultural, capaz de inspirar artistas, escritores, pensadores, qualificando
compromisso das manifestações da cultura sergipana.
Decreto
“Decreto –
de 8 de Julho de 1820.
Isenta a Capitania de Sergipe da sujeição ao Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente. Convido muito ao bom regimento deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevala, que a Capitania de Sergipe de El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.
Hei por bem isentá-la absolutamente da sujeição em que até agora tem
estado do Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente para que o
Governador della a governe na forma praticada nas mais Capitanias
independentes, comunicando-se directamente com as Secretarias de Estado
competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens.
Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações.
Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações.
Palácio do Rio de Janeiro e 8 de julho de
1820.
Carta
Régia
“Conde de
Palma do Meu Conselho, Governador e Capitão Geral da Capitania da Bahia, Amigo:
Eu El-Rei vos envio muito saudar aquelle que amo. Convido muito ao bom regimen
deste Reino do Brazil, e a prosperidade a que Me proponho Elevo-lo, que a
Capitania de Sergipe d’El-Rei tenha hum Governo, Declarando-a independente
totalmente para que os governadores della a governem na forma praticada nas
mais Capitanias Independentes, comunicando-se diretamente com as secretarias
de Estado competentes e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes
Ordens. O que Me pareceu participar-vos para que assim o tenhais entendido.
Escrevo do Palácio do Rio de Janeiro em oito de julho de mil e oitocentos e
vinte. Rey”.
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