quarta-feira, 11 de março de 2020

ROSÁRIO DO CATETE , 184 ANOS DE UM PASSADO GLORIOSO



 REGISTRO  HISTÓRICO  DA EMANCIPAÇÃO POLÍTICA  DE ROSÁRIO  DO CATETE, 184 ANOS. JUNTOS  , CELEBRAMOS   200 ANOS  DE SERGIPE !!! 



A emancipação política do município de Rosário do Catete/SE acontece no dia 12 de março, dia em que se completará 184 anos de história e tradição. É necessário uma reflexão sobre esta data simbólica, sublinhando marcas do seu passado, suas memórias e preservação do legado cultural. Portanto, o fundamento da celebração e realização da emancipação política nos dias que antecede e sucede o dia 12 de março, foca o olhar sobre o passado, a manutenção de sua memória histórica e cultural, por fim os valores dos seus filhos ilustres, sobretudo daqueles que fizeram parte do cenário político local e nacional.




Ano que comemoramos o Bi Centenário de Emancipação de Sergipe, separação política da  Bahia, o povo  sergipano entende  que  o de  Julho de 1820, não foi só  uma assinatura   de um decreto  imperial, e sim  o nascimento  de um sentimento de  ser Sergipano, nasce aí  o que chamamos  de sergipanidade.



Tudo  aconteceu   a 200 anos  atrás, o imperador D. João VI, sentindo-se grato com a participação da elite sergipana no processo de expansão da revolução pernambucana de 1817, decretava Sergipe independente da Bahia e nomeava Carlos César Burlamaqui para ser seu primeiro governante.




A Bahia não aceitou assim tão fácil a decisão de D. João e criou obstáculos, prendendo Carlos Burlamaqui. D. Pedro I, que assumiu depois da abdicação de seu pai e proclamou a independência do Brasil, confirmou, por Carta Imperial, em 5 de dezembro de 1822 a Carta Régia de D. João VI, reafirmando a autonomia de Sergipe.

A Carta Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o politicamente, completa 200 anos, e é, ainda, uma referência, um marco, para a compreensão da história. Por mais que os episódios gerados pela decisão de Dom João VI ainda careçam de melhor interpretação, o 8 de julho de 1820 tem sido convertido no símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica, da construção da sergipanidade.

A emancipação política de Sergipe fez nascer e crescer vilas e cidades, ocupando estrategicamente o território, como suporte das atividades econômicas. A crescente produção açucareira nas terras pretas e gordas do massapê fez de Laranjeiras e de Maruim dois centros urbanos destacados na Província, fez nascer  a Vila  do Rosário do Catete, centro das decisões  politicas do estado de Sergipe para onde convergiam as atenções. Estância ao sul, Vila Nova, hoje Neópolis, e Propriá, ao norte, Itabaiana e Lagarto, ao oeste, juntamente com a capital, São Cristóvão, davam a Sergipe os ares do progresso.



Sergipanidade

O 8 de julho é também uma data considerada o dia da Sergipanidade, por ser a data em que Sergipe conquistou sua emancipação política da Bahia. A data é marcada todos os anos, por diversas comemorações que envolvem o fazer cultural sergipano e a valorização do seu povo, nessa data, Sergipe comemorará seu  bicentenário   de emancipação política, mas oficialmente o dia da Sergipanidade ficou mesmo com a outra data que antes também se comemorava o dia e emancipação do estado o então 24 de outubro.

Uma data que agora tem outro sentido, comemoramos o dia do sentimento, do orgulho de ser sergipano, esse termo sergipanidade foi usado primeiramente por Tobias Barreto, mas somente nas últimas duas décadas que a Sergipanidade começou a ser tratada como um conceito cultural, capaz de inspirar artistas, escritores, pensadores, qualificando compromisso das manifestações da cultura sergipana.



Decreto

“Decreto – de 8 de Julho de 1820.


Isenta a Capitania de Sergipe da sujeição ao Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente. Convido muito ao bom regimento deste Reino do Brasil, e a prosperidade a que me proponho elevala, que a Capitania de Sergipe de El Rei tenha um Governo independente do da Capitania da Bahia.

Hei por bem isentá-la absolutamente da sujeição em que até agora tem estado do Governo da Bahia, declarando-a independente totalmente para que o Governador della a governe na forma praticada nas mais Capitanias independentes, comunicando-se directamente com as Secretarias de Estado competentes, e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens.
Thomas Antonio de Villanova Portugal, Ministro e Secretario de Estado dos Negócios do Reino, o tenha assim entendido, e faça executar com as participações convenientes às diversas estações.

Palácio do Rio de Janeiro e 8 de julho de 1820.



Carta Régia

“Conde de Palma do Meu Conselho, Governador e Capitão Geral da Capitania da Bahia, Amigo: Eu El-Rei vos envio muito saudar aquelle que amo. Convido muito ao bom regimen deste Reino do Brazil, e a prosperidade a que Me proponho Elevo-lo, que a Capitania de Sergipe d’El-Rei tenha hum Governo, Declarando-a independente totalmente para que os governadores della a governem na forma praticada nas mais Capitanias Independentes, comunicando-se diretamente com as secretarias de Estado competentes e podendo conceder sesmarias na forma das Minhas Reaes Ordens. O que Me pareceu participar-vos para que assim o tenhais entendido. Escrevo do Palácio do Rio de Janeiro em oito de julho de mil e oitocentos e vinte. Rey”.

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