sábado, 9 de fevereiro de 2019

Cemitério Paroquial de Rosário do Catete. (Hoje Cemitério Municipal.)

Cemitério Paroquial de Rosário do Catete  - 1856 
(Hoje  Cemitério  Municipal.)

                                                                            Adailton Andrade



Naquele tempo era costume se enterrar os mortos nas igrejas. Mas isso apresentava graves inconvenientes sanitários, sobretudo nas cidades onde a população crescia e assim diminuía a oferta disponível de sepulturas. Na Vila do Rosário não poderia ser diferente, aconteceu no mundo inteiro, um fenômeno curioso no final do século XVII. Por medida sanitária os sepultamentos passam a realizar-se em área aberta, nos chamados campos-santos ou cemitérios secularizados. Isto já não era novidade, japoneses, chineses, judeus e outros povos já traziam tradicionalizada a inumação a "céu aberto". Os protestantes também, em muitos países o faziam.

Nas igrejas, nos conventos e nas capelas particulares, sepultavam-se os mortos da nobreza rural e da burguesia urbana. Não se usava caixões e o defunto era envolto numa mortalha e conduzido em uma padiola. Havia dois horários para os enterros, pela manhã e à tarde, e durante esses horários diariamente as igrejas tocavam os sinos com o dobre continuado e monótono de finados, o que provocava mal estar e reclamação da população.

Em Rosário do Catete, se tem referências, da existência de um cemitério Judeu, localizado hoje nas mediações   de uma estrada indo para   de Maruim, isso nos meados da segunda metade do século XIX. Sabemos de outros   cemitérios de origem Judaica o de  Aracaju  foi bem recente , mas não existe  mais, o de Aracaju  foi fundado entre 1930 e 1940, o Cemitério Israelita de Aracaju tinha a finalidade de enterrar os falecidos judeus que morava em Sergipe, dessa forma foram enterrados judeus da família Milstien, Chitmann, entre outros... . A comunidade judaica de Sergipe era pequena e muitos migraram para Rio de Janeiro removendo os restos mortais de seus entes queridos para o Cemitério Israelita do Rio de Janeiro - Cemitério de Rosali. Hoje, infelizmente, o cemitério não está mais em atividade.  

19 de maio  de 1856, o Presidente  da Província , Dr. Salvador Correia de Sá e Benevides, dirigiu  uma circular  nº 7 às Câmaras incitando-se  a fazerem  Cemitérios, e a de Rosário  foi a  umas das  Primeiras  que tratou do Assunto, marcando lugar  para a sua necrópole  ao sul da Vila. Seria construído, 
Como se fosse pela Câmara, e com auxilio dos particulares, em 1857 já se sepultava  os mortos  rosarenses, mas só se deu  por  pronto em janeiro de 1862, quando  foram feitas  as obras delineadas pelo engenheiro da Província, por ordem governamental. Foi quando lhe deu por pronto seu dirigente,  o já  ex -vigário padre Vieira de Melo, demarcando-se  na época, com um dos cinco decentes  da província. 


Em verdade,  as obras  foram de vulto e para  pormenoriza-las, pode dizer-se  que a 1ª de fevereiro de  1861, o capital  de engenheiros  Francisco Pereira da Silva orçamentou-se em seus oito mil palmos  cúbicos  de parede  de pedra  e cal a cem reis ( os muros deviam ter 8   palmos de altura ), importando tudo num conto e duzentos e oitenta mil reis e a província  lhe  deu para isso, nesse ano de 1862, , um conto de reis e mais outro conto de reis para melhoramento da arruinada matriz .

Hoje o atual cemitério não comporta mais a demanda de pessoas falecidas sendo preciso uma nova  ampliação, o que temos de registros, houve ampliação  nas gestões  do Prefeito   Martinho  Xavier, Dernival Rodrigues. Procurei livros de registros de óbitos  entrada de novos  cadáveres , mas  não existe esse controle, muitos  túmulos sem identificação, boa parte  a a família  não cuida. O que se percebe na leituras  de registros a Câmara dos vereadores e a igreja foram  os principais  responsáveis  para  a implantação   do único cemitério da cidade  o Rosário do Catete, carece  de um estudo , um inventários  de pessoas   mortas  ocupantes  do espaço do Cemitério  da cidade .
O que se observou em uma visita  ao Cemitério de Rosário é  o que acontece  em todo mundo   Quanto mais rico o defunto, mas ostentação, essa ostentação não tinha nada a ver com os aspectos sanitários dos enterros, pois os mortos eram colocados em catacumbas dentro das igrejas, as quais na maioria das vezes só era fechada dias depois. Não havia também, prazo determinado para se ficar com o defunto em casa e assim era comum que os mortos exalassem muito mau cheiro. As vezes os defuntos chegavam a tal estado de decomposição que dos corpos "dos cadáveres escorriam líquidos corrompidos que vão caindo por todo o caminho". As irmandades religiosas eram apontadas como as principais causadoras desse mal e os vizinhos das igrejas eram os que mais sofriam.  SEGUE .....
  

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