(Hoje Cemitério Municipal.)
Adailton Andrade
Naquele tempo
era costume se enterrar os mortos nas igrejas. Mas isso apresentava graves
inconvenientes sanitários, sobretudo nas cidades onde a população crescia e
assim diminuía a oferta disponível de sepulturas. Na Vila do Rosário não poderia
ser diferente, aconteceu no mundo inteiro, um fenômeno curioso no final do
século XVII. Por medida sanitária os sepultamentos passam a realizar-se em área
aberta, nos chamados campos-santos ou cemitérios secularizados. Isto já não era
novidade, japoneses, chineses, judeus e outros povos já traziam
tradicionalizada a inumação a "céu aberto". Os protestantes também,
em muitos países o faziam.
Nas igrejas,
nos conventos e nas capelas particulares, sepultavam-se os mortos da nobreza
rural e da burguesia urbana. Não se usava caixões e o defunto era envolto numa
mortalha e conduzido em uma padiola. Havia dois horários para os enterros, pela
manhã e à tarde, e durante esses horários diariamente as igrejas tocavam os
sinos com o dobre continuado e monótono de finados, o que provocava mal estar e
reclamação da população.
Em Rosário do
Catete, se tem referências, da existência de um cemitério Judeu, localizado
hoje nas mediações de uma estrada indo para
de Maruim, isso nos meados da segunda
metade do século XIX. Sabemos de outros
cemitérios de origem Judaica o de
Aracaju foi bem recente , mas não
existe mais, o de Aracaju foi fundado entre 1930 e 1940, o Cemitério
Israelita de Aracaju tinha a finalidade de enterrar os falecidos judeus que
morava em Sergipe, dessa forma foram enterrados judeus da família Milstien, Chitmann,
entre outros... . A comunidade judaica de Sergipe era pequena e muitos migraram
para Rio de Janeiro removendo os restos mortais de seus entes queridos para o
Cemitério Israelita do Rio de Janeiro - Cemitério de Rosali. Hoje,
infelizmente, o cemitério não está mais em atividade.
19 de
maio de 1856, o Presidente da Província , Dr. Salvador Correia de Sá e
Benevides, dirigiu uma circular nº 7 às Câmaras incitando-se a fazerem
Cemitérios, e a de Rosário foi
a umas das Primeiras
que tratou do Assunto, marcando lugar
para a sua necrópole ao sul da
Vila. Seria construído,
Como se fosse
pela Câmara, e com auxilio dos particulares, em 1857 já se sepultava os mortos
rosarenses, mas só se deu
por pronto em janeiro de 1862,
quando foram feitas as obras delineadas pelo engenheiro da
Província, por ordem governamental. Foi quando lhe deu por pronto seu
dirigente, o já ex -vigário padre Vieira de Melo,
demarcando-se na época, com um dos
cinco decentes da província.
Em verdade, as obras
foram de vulto e para
pormenoriza-las, pode dizer-se
que a 1ª de fevereiro de 1861, o
capital de engenheiros Francisco Pereira da Silva orçamentou-se em
seus oito mil palmos cúbicos de parede
de pedra e cal a cem reis ( os
muros deviam ter 8 palmos de altura ),
importando tudo num conto e duzentos e oitenta mil reis e a província lhe
deu para isso, nesse ano de 1862, , um conto de reis e mais outro conto
de reis para melhoramento da arruinada matriz .
Hoje o atual
cemitério não comporta mais a demanda de pessoas falecidas sendo preciso uma
nova ampliação, o que temos de registros,
houve ampliação nas gestões do Prefeito
Martinho Xavier, Dernival
Rodrigues. Procurei livros de registros de óbitos entrada de novos cadáveres , mas não existe esse controle, muitos túmulos sem identificação, boa parte a a família
não cuida. O que se percebe na leituras
de registros a Câmara dos vereadores e a igreja foram os principais
responsáveis para a implantação do único cemitério da cidade o Rosário do Catete, carece de um estudo , um inventários de pessoas
mortas ocupantes do espaço do Cemitério da cidade .
O que se
observou em uma visita ao Cemitério de
Rosário é o que acontece em todo mundo
Quanto mais rico o defunto, mas
ostentação, essa ostentação não tinha nada a ver com os aspectos sanitários dos
enterros, pois os mortos eram colocados em catacumbas dentro das igrejas, as
quais na maioria das vezes só era fechada dias depois. Não havia também, prazo
determinado para se ficar com o defunto em casa e assim era comum que os mortos
exalassem muito mau cheiro. As vezes os defuntos chegavam a tal estado de
decomposição que dos corpos "dos cadáveres escorriam líquidos corrompidos
que vão caindo por todo o caminho". As irmandades religiosas eram
apontadas como as principais causadoras desse mal e os vizinhos das igrejas
eram os que mais sofriam. SEGUE .....
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