Revolução
Constitucionalista de 1932
Adailton Andrade
Um
dizia: “Sergipe”; o outro respondia: “37”. Na Rua Sergipe, número 37, bairro de
Higienópolis, ficava a casa em que os conspiradores montaram seu quartel-general,
naquele nervoso sábado, dia 9 de julho de 1932. O endereço foi transformado em
senha e contrassenha para as comunicações entre eles. Mensageiros entravam e
saíam do local. A ordem era assegurar o controle das forças militares e
policiais em São Paulo, bem como dos Correios, da telefônica e de outros
serviços. São Paulo, por suas principais lideranças políticas, aliadas a
militares dissidentes, declarava-se em insurreição armada contra o regime de
Getúlio Vargas, instalado um ano e nove meses antes. Tinha início o episódio
conhecido como “Revolução Constitucionalista”, “Contrarrevolução”, “Revolução
Paulista”, “Guerra Paulista” ou “Guerra Civil Brasileira”, conforme a
perspectiva e a orientação política do observador.
O
início da Revolução de 1932 — outro modo, mais neutro, de nomeá-la — faz
oitenta anos neste 9 de julho. O passar dos anos não atenuou a controvérsia que
a cerca, a começar pelos múltiplos nomes que lhe atribuem. Foi batizada de
“constitucionalista” por seus promotores, e constitucionalista continua para
quem a enxerga como insurreição de pura índole democrática e legalista, contra
o regime de exceção em vigor desde a derrubada do presidente Washington Luís,
em outubro de 1930. “Contrarrevolução” é como a chamaram os homens de Vargas,
sugerindo que se tratava de uma reação da oligarquia paulista à Revolução
(esta, sim, “revolução” de verdade) de 1930. “Guerra Paulista” foi como a
chamou o historiador Hélio Silva, autor da série de livros intitulada “O Ciclo
de Vargas”, dando ênfase ao caráter solitário da insurreição de São Paulo. Uma
variante é “Revolução Paulista”. Mas, se São Paulo militarmente ficou só, a
insatisfação com o regime permeava outros estados, e dobrava-se numa cisão
entre os militares. O caráter nacional do desconforto contra o regime
reflete-se no título de um dos melhores livros sobre o episódio, “1932 — A
Guerra Civil Brasileira”, do brasilianista Stanley Hilton.
Na Revolução Constitucionalista de 1932 – No
comando do Tenente Coronel Theodoreto Camargo Nascimento, a Polícia Militar
participa do conflito enviando para o teatro de operações em São Paulo 592
policiais militares, entre oficiais e praças. Nos combates foram mortos, entre
outros, os Sargentos José Alves Feitosa e Pedro José dos Santos, ambos
promovidos “post-mortem” ao posto de 2º Tenente.
No dia 13 de julho de 1932 , aniversario da revolta
tenentista sergipana que levou no nome desta data, partira para o fronte em São
Paulo seguindo a bordo do navio “Itaputa,”
o 28º Batalhao de Caçadores comandado
pelo tenente-coronel Chaves, e tendo
como sub comandante o major Alfredo
Bamberg, levando mais os sequintes
oficiais, tenente Humberto
Barroso, dr. Eronildes de Carvalho ,
medico , Reginaldo Meireles , Manuel
Antonio da Silva, Constituindo esses o Estado Maior da unidade.
Assim segue duas companhias, a primeira comandada
pelo Capitão João Soarino de melo, e a segunda pelo tenente
João Tavares que depois da revolução foi promovido a general e na reserva
trabalha como engenheiro, também
nesse período foi mais uma outra companhia de metralhadora
comandada pelo capitão Jeronimo leite Bandeira de Melo, com estes tenentes
seguiram outros oficiais a pedido do
interventor Augusto Maynard Gomes, são eles os tenentes Milton Azevedo, Odilon Siqueira , Fausto Marsilac, Rivaldo Brito,
Faustino Ferreira Lima, Gervásio Dantas, Manuel José das
Chagas, Francisco Mesquita da Silva, Waldemar
Cabral de Vasconcelos e Agenor Santana.
Outro contingente partiu dia 20 de julho com a movimentação
da Força Publica de Sergipe a atual
policia militar que reúne e manda
para as trincheiras de guerra, esse contingente foi comandado pelo tenente
coronel Teodoreto Nascimento assim
constituindo o estado maior com seus oficiais capitão Benjamim
Alves de Carvalho, tenente Edilberto Menezes , tenente Agnaldo Celestino
e o tenete José Vieira de Matos. Também segue
em duas campainhas a força publica sergipana a primeira comandada pelo
capital Ulisses Andrade e a segunda pelo
capitão Joao José dos Anjos.
Também nessa
leva de militares seguiram ao combate outros voluntários tento então a
orientação do interventor Maynard já que em 1930 em Juiz de Fora teve esse papel de recrutar
voluntários civis para a revolução de 1930 na cidade mineira. Os voluntários
seguiram com os oficiais Stanley da Silveira, Oscar Pinto, Alcebides Benevenuto,
Hermeto Feitosa, Afonso Mota e Alderico Sabino.
Toda essa movimentação teve um contingente de 620 homens , sendo 283 do 28º Batalhão de Caçadores , 337 da
Força Publica de Sergipe (policia militar )
Nesse período o próprio interventor comandou toda a
logística bélica sendo assim solidário ao apoio ao Presidente Vargas procurando
reforçar mais ainda a representação de Sergipe no fronte de São Paulo mandando dia 27 de julho
mais uma leva de voluntários civis a cidade Paulista desembarcando antes
do rio e logo em seguida a cidade paulista
de Itapira.
Nesse período toda preocupação e ocupação do
interventor Augusto Maynard era recrutar e adestrar mais voluntários para o envio ao
sudeste do país, nesse mesmo tempo chagava a capital sergipana noticias dos combate e anunciando a morte em
combate do sargento José Alves Feitosa
como também os jornais noticiavam outros sergipanos feridos em zona de guerra.
O general Daltro
Filho, comandante de um dos destacamentos que combatia nos front
telegrafava elogiando as tropas
sergipanas ao mesmo tempo pedia mais contingente ao interventor Maynard.
Nenhum comentário:
Postar um comentário