ROSÁRIO DO
CATETE
181
anos de Emancipação política, passado, presente e um novo futuro!
A
cidade de Rosário do Catete, berço de um povo que engrandeceu o estado de
Sergipe pela sua cultura, pela honradez e pelo trabalho, merece ter sua
história conhecida e preservada, pois o maior patrimônio de um povo é a sua
história. Ao completar seus 181 anos se faz necessário uma reflexão sobre o
município nos dias atuais, lembrando que no passado foi um dos municípios mais
importantes na produção da cana-de-açúcar, no século XIX, registrou 49 engenhos
em atividade, no cenário político, nasceu nesta cidade nomes importantes como
Augusto Maynard Gomes, Edelzio Vieira de Melo, Leandro Maciel, Luiz Garcia
todos governadores do estado. Também da cultura se lembramos do Joao Batista de
mares Ribeiro, Maximiano Maciel, Manuel Cabral Machado e tantos outros.
Evocamos
nessa data ao povo de Rosário do Catete, que reflitam sua importância como parte dessa História, com um verdadeiro sentimento
de pertencimento, que possam olhar para o passado e pensar na preservação,
salva guarda de sua memória e a vanguarda de valores dos seus filhos
ilustres, não só as pessoas que tiveram maior visibilidade no contexto político
e Ascenção social, mas principalmente na vida do cotidiano de seu povo, Pessoas
como Doca Chica que tocava sino na
igreja, Sr. Luiz Ferreira Gomes, hoje
a maior referência da memória
do município. Tudo isso se resume no sentimento de preservação seu
passado e perpetuar suas tradições, seus costumes, sua memória, memória de sua
gente.
Esse
mesmo sentimento está sendo comungado
na atual administração, pautado por uma abordagem integrada do
patrimônio cultural do município de Rosário do Catete buscando compreendê-lo
como esteio tanto para interpretações do tempo passado e do Presente, ou seja, a
Admiração municipal reflete nesta data
como um marco no olhar que ponhamos em
diálogo passado, presente e futuro, considerando as longas durações tanto
quanto as rupturas e remetendo a possibilidades de reflexão crítica sobre a
preservação da memória cultural do município.
Em 1836 - nasce a Vila de Rosário do Catete, por lei provincial de 12 de
março de 1836, como resultado da revolta de Santo Amaro das Brotas contra
Maruim e Rosário do Catete. Em consequência de problemas eleitorais envolvendo
os líderes partidários Sebastião Gaspar de Almeida Boto e Antônio José da Silva
Travassos, ambos filhos de Santo Amaro, travou uma luta sangrenta entre as
corporações, milícias e os cidadãos influentes na política da província de
Sergipe. Neste combate um soldado foi morto de nome Evaristo pelos homens de
Boto, isso aumentou ainda mais o espírito de revolta do povo de Santo Amaro que
a parti desta data delimitou à área da então Vila que acabava de surgir a Vila
de Rosário do Catete.
Hoje nas novas pesquisas e interpretações
das fontes primarias, se conclui que esse soldado, foi um líder político e membro
importante das trocas Antônio José da Silva Travassos tendo seu funeral com horam
de estado. Segundo o Historiador Lima Junior descreve que o Evaristo foi uma
influente liderança política e militar de Travassos, e não um simples soldado
que vendia peixe para completar sua renda, é a história que está no cotidiano
dos rosarenses que de no local onde aconteceu este assassinato foram erguidas
uma capela e uma cruz, onde a cidade passou a chamar de cruz do Evaristo. Um
dos marcos marco Históricos da Cidade de Rosário do catete.
Quando a povoação de Rosário do Catete surgiu já existia a Vila de Santo
Amaro das Brotas, a Vila de santo Amaro exerceu durante muito tempo domínio
político e administrativo em toda esta região, com fortes influências nos
negócios da Província de Sergipe, devido a localização de um dos principais
portos da província, o Porto das Redes nele exportava grande parte da produção
de açúcar da Cotinguiba.
1828 - A povoação de Maruim que também era subordinada a Vila de Santo
Amaro, teve nesta data a transferência de sua administração para Rosário do
Catete, por ordem do Governo Provincial, até que os ânimos das lideranças
políticas locais se acalmassem. 1831, Rosário do Catete passa à Freguesia de
Nossa Senhora do Rosário, época em que foi criado o distrito municipal por
decreto de 12 de outubro de 1831. 1836, foi sancionada pelo presidente da
província de Sergipe Dr. Bento de Melo Teixeira, elevando a categoria de Vila a
povoação do Rosário, com a denominação de Vila de Nossa Senhora do Rosário do
Catete, desmembrando do termo da Vila de Santo Amaro
1911, foi realizada a Divisão Administrativa. 1932, Por Decreto de 12 de julho de 1932, foi definitivamente elevada à condição de Cidade. Além do Barão de Maruim, o município de Rosário do Catete foi um verdadeiro celeiro político.
1911, foi realizada a Divisão Administrativa. 1932, Por Decreto de 12 de julho de 1932, foi definitivamente elevada à condição de Cidade. Além do Barão de Maruim, o município de Rosário do Catete foi um verdadeiro celeiro político.
Além
do Barão de Maruim, o município de Rosário do Catete foi um verdadeiro celeiro
político. Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel foi deputado no Império e senador
na República. Mais tarde, seu filho, Leandro Maynard Maciel, seria governador
do Estado. Outra figura marcante foi Augusto Maynard Gomes, amigo pessoal de
Getúlio Vargas. Foi interventor, general do Exército, governador e senador por
duas vezes, Ministro do Tribunal de Segurança Nacional, nesse período Maynard
foi relator e do processo crime contra Luís Carlos Prestes e Juiz da sentença
do mesmo, Maynard Gomes é considerado um dos
maiores orgulhos da cidade.
O
líder máximo da UDN - União Democrática Nacional - foi Leandro Maynard Maciel.
O ‘Leandrismo’ marcou a política de Sergipe. Ele ingressou na vida pública no
Governo Manoel Dantas. Foi por diversas vezes deputado federal, senador e
governador por duas vezes. Foi ele quem ligou com asfalto Aracaju a Atalaia e
desmontou o morro do Bonfim, além de dotar Aracaju de abastecimento de água. Em
1960 foi indicado para ser vice-presidente da República na chapa de Jânio
Quadros, mas renunciou em favor de Milton Campos. Encerrou sua vida pública
quando perdeu as eleições para Gilvan Rocha.
Outro
filho ilustre de Rosário é o governador Luiz Garcia. Foi ele quem criou o
Banese, Hotel Palace e o Terminal Rodoviário que leva seu nome, além de ser um
dos fundadores da Universidade Federal de Sergipe. É membro da Academia
Sergipana de Letras, foi promotor público, deputado estadual e federal. Seu
lema de Governo era curioso: “Mais pão e mais vestuário para a família do
servidor público”. Seu filho, Gilton Garcia, seguiu seus passos políticos.
Edélzio
Vieira de Melo é outro filho de Rosário do Catete, que chegou a deputado
estadual e vice-governador. Ainda existiu Manoel Cabral Machado, que foi
deputado, escritor e vice-governador. Rosário foi tão importante que em apenas
uma legislatura chegou a ter um senador, dois deputados federais, três
deputados estaduais e um governador.
Uma
das sumidades nascidas naquele município é Maximino de Araújo Maciel. Era
advogado, médico e filólogo. Escreveu entre outras obras “Gramática Analytica”,
“Philologia Portuguêsa” e “Lição de Botânica Geral”. Outra personalidade é
Alvino Ferreira Lima, que foi professor da Faculdade de Direito de São Paulo.
Ainda saíram de lá desembargadores como Joao Maynard, Humberto Diniz Sobral e
José Sotero Vieira de Melo, e uma infinidade de juízes.
Outro
fato curioso nesse município é a tentativa de mudança de nome. Na gestão do
prefeito Otacílio Vieira de Melo, em 1945, apareceu a ideia de mudar o nome da
cidade de Rosário do Catete para Marynardina. Alguns diziam que o prefeito
queria homenagear o filho mais ilustre, Augusto Maynard Gomes, que foi general
do Exército, interventor, duas vezes senador e até governador de Sergipe. Mas
os opositores revelam uma história nada convencional. Alguns diziam que Mary
era uma amante que o governador mantinha no Rio de Janeiro e em sua homenagem
daria o nome à cidade. Graças à resistência de intelectuais como João Moraes,
José Paes, Sebrão Sobrinho e Polycarpo Diniz, a mudança do nome não foi
efetivada.
No
final de 1854, o Barão de Maruim era vice-presidente do Estado. Um homem de
grandes influências nacionais. Por conta do porto (escoamento dos produtos), o
barão queria que a capital saísse de São Cristóvão e foi transferida para
Aracaju. Numa manhã, o Barão de Maruim, um dos homens mais ricos do Estado,
convocou todos os deputados para comparecer em seu Engenho Unha do Gato, provável
em Rosário do Catete. Usando dinheiro, seu poder de convencimento foi total. No
Unha do Gato, o barão instalou a Assembleia Provincial e os deputados votaram
pela transferência da capital de São Cristóvão para Aracaju. Por ordem de um
mensageiro, o barão pediu que o presidente do Estado, Ignácio Joaquim Barbosa,
fosse ao Engenho Unha do Gato sem comunicar a ninguém, e lá assinou a
transferência da capital. Essa ata de mudança existe até hoje em mãos de
historiadores. Além da política e da área jurídica, Rosário do Catete também é
terra das bandas de música.
A
primeiro deque se tem notícia é de 1906. Era chamada de Coração de Maria e
apelidada de “Injeitada”. Seus mestres foram o padre Antônio Garcia, Otacílio
Paiva e Antônio Bonfim, entre outros. Em 1923 surge a banda Santa Cecília, mais
conhecida como “Barriguda”. A curiosidade é que entre seus mestres estava
Polycarpo Diniz de Rezende, que foi sete vezes prefeito de Rosário do Catete.
Nesses
seus 181 anos de emancipação política, nasce uma nova concepção capitaneado
pela administração municipal de preservar e salvaguardar a memória e a história de sua gente o legado
deixado por grandes nomes que contribuíram com esse registro do passando.
Parabéns
Rosário do Catete por mais um aniversario que essa data se transforme em um
sentimento de pertencimento, que os seus munícipes se sinta parte desse
patrimônio, da memória e história de sua gente.
_________________
Adailton
Andrade
Licenciado
em História, Pós-graduado em Ensino Superior em História, Pós-graduado em
‘Sergipe Sociedade e Cultura, Membro do IHGSE (Instituto Histórico e Geográfico
de Sergipe).Biografo de Augusto Maynard
Gomes. Associado a ANPUH/SE (Associação Nacional de História) Membro da
Associação Nacional do Arquivistas Brasileiros. Foi tutor de História do
Cesad/UFS. Membro na qualidade de pesquisador dos Grupos de Estudo e Pesquisa
da UFS: Grupo de Estudos e Pesquisas em Memória e Patrimônio Sergipano. (
GEMPS/UFS/CNPq ) Atualmente Diretor de
Cultura e Arte da Prefeitura
Municipal de Rosário do Catete.
adailton.andrade@bol.com.br
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