segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

HISTÓRIA DE SERGIPE PARA CONCURSO




A Revolução de 1930 em Sergipe



Adailton Andrade


Os anos que antecedem a revolução 1930 em Sergipe e que coincidem com os primeiros anos do regime republicano têm como principal característica à dominação de frações dominantes e oriundas do patronato rural composto principalmente pelos grandes produtores de açúcar, seguido de proprietários rurais oriundos da criação de gado ou cultura de exportação como o algodão. A primeira fase republicana é marcada pelo domínio da facção liderada pelo Monsenhor Olímpio Campos. Após a morte de Olímpio Campos o controle do poder é permutado entre lideranças tradicionais, como o General José Siqueira Menezes (1911-1914) , Oliveira Valadão (1914-1918) Coronel Pereira Lobo(1918-1922), Graco Cardoso (1922-1926) e Manoel Correia Dantas (1927-1930). Essa fase é marcada pela hegemonia do das classes patronais da onde inexiste praticamente a organização de classes operárias e subalternas. Trata-se de um período marcado pelo autoritarismo e pelo coronelismo conforme cita Ibarê Dantas "Os grupos oligárquicos que controlava a sociedade política sob a chefia de religiosos, civis e militares enquadrava-se na ideologia e nos interesses materiais da classe dominante, organizando-a sob a hegemonia da fração ligada ao açúcar". (Dantas. pág. 20). Apesar do predomínio das oligarquias, Sergipe ainda foi palco de alguns movimentos reformista, como: a Reação Republicana, o Movimento Tenentista em 1924, além da campanha da Aliança Liberal em 1926.




A República se impõe como regime, coincidindo exatamente com os anseios e mentalidade dos grandes cafeicultores do sudeste brasileiro. Logo, a produção cafeeira tornou-se o carro-chefe da economia da primeira república, relegando o açúcar ao segundo plano. Nesse cenário a economia sergipana que é predominantemente açucareira permanece praticamente inalterada. "A nível nacional o complexo exportador cafeeiro encontra nesse momento termo do seu predomínio, no âmbito da estrutura econômica do Estado de Sergipe, os setores fundamentais continuavam com as mesmas tendências que vinha desenvolvendo na Primeira República. É possível verificar que a produção açucareira permanece como a base econômica do Estado de Sergipe. No entanto é possível verificaram as mudanças no setor produtivo como: a substituição dos engenhos bangüês por usinas mecanizadas. A economia açucareira é vitimada por inúmeras crises, principalmente pela ocorrência de secas, como também, a concorrência com outros estados e a exemplo de São Paulo e Rio de Janeiro, que após a criação do Instituto do Açúcar e do Álcool, no governo de Getúlio, passa a receber maior atenção e investimentos do governo, relegando o nordeste a segundo plano.ano.


Outras culturas que merece destaque na economia sergipana desse período e a produção da cultura algodoeira e a pecuária. A produção algodoeira, além de se constituir em matéria-prima para as fábricas têxteis, existentes no Estado, era exportado tanto em forma de pluma como através de subprodutos tais como farelo de caroço e óleo. A produção de tecidos nesse período representava a principal atividade econômica do estado fora do setor rural. A produção açucareira entrará em declínio pelos anos 40. Enquanto isso, a ascensão da pecuária manifestar-se-á duradoura e progressiva.



As Interventorias


Com a revolução de 1930, chegam ao poder do Estado os militares como delegados do poder central. Após governos provisórios efêmeros, o assume o governo Augusto Maynard Gomes. O tenente Maynard era uma figura revolucionária de maior destaque em Sergipe. Compôs uma junta governativa com participantes do movimento tenentista em Sergipe. Parte das facções dominantes conseguiram representar-se junto ao aparelho do Estado, com exceção dos representantes da facção açucareira. A administração de Maynard, se pautada sobre discurso da neutralidade política, tentando se esquivar das disputas partidárias. A interventoria favorecia os setores fundamentais da economia, demonstrando que não se pretendia nenhum modelo econômico alternativo, embora do ponto de vista político seja possível observar algumas tendências a modificações da estrutura do poder. No aspecto político é possível verificar o avanço, quanto à organização da classe trabalhadora. Liberdade de organização em sindicatos e federações, além de inúmeros movimentos grevistas. No entanto o apoio da interventorias, visava implementar avanços na legislação trabalhista, implementadas pela política de Vargas. Apesar de avançar as relações entre capital e trabalho, garantindo direitos dos trabalhadores, as políticas sociais implementadas no pós 30, visavam modernizar as relações capital-trabalho, sendo totalmente desvinculados de uma visão socialista. Nesse sentido Maynard reproduz em Sergipe a máquina de Getúlio Vargas, "Um governo pai dos pobres". Tratava-se de um governo que apoiava a organização dos trabalhadores dentro da ordem, isto é, uma proteção controlada.


Maynard, ampliou a sua base de apoio político, através do congresso das municipalidades, aproximando políticos e setores da sociedade sergipana ao governo. Esse movimento que teve como principal articulador, Carvalho Neto, servia para sentir a receptividade e as reações das tendências reformistas do governo.

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Autor.
Aluno especial do mestrado em Ciencias Sociais,Licenciado em História , Pós Graduado em Ensino Superior em Historia, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, membro dos Grupos de Estudo e Pesquisa da UFS:  Grupo de Estudos e Pesquisas em História das Mulheres (UFS / CNPq). E-mail: adailton.andrade@bol.com.br.

5 comentários:

  1. Estou precisando de um livro sobre a historia de sergipe urgente !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

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  2. preciso dos aspectos econômico, ambiental e político de Aracajú Sergipe

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