Manoel
Armindo Cordeiro Guaraná
1848
– 1924+
Em meados do século XIX, em 4 de
agosto de 1848, nasce na cidade de São Cristóvão, ainda capital da
Província de Sergipe Del Rei, um dos personagens da
história sergipana, Manuel Armindo Cordeiro Guaraná filho de Teodoro Cordeiro
Guaraná e Andrelina Muniz de Menezes. Cursou as primeiras letras em sua cidade
natal, migrando mais tarde para outros redutos do conhecimento cientifico como
o Atheneu Baiano e o Curso de Humanidades do Colégio das Artes (1865) em
Pernambuco. Posteriormente, ingressou na Faculdade de Direito do Recife,
importante instituição do período, consagrada por formar uma elite de
intelectuais liderados por Tobias Barreto. Graduou-se em direito no ano de
1871. Dedicou-se ao jornalismo e a elaboração de diversos trabalhos que
compunham jornais, revistas e outras publicações periódicas entre os anos de
1832 a 1908. Registrando assim, o primeiro dos jornais, o “Recopilador Sergipano”, editado em Estância, na Tipografia Silveira & Cia,
de propriedade do monsenhor Antônio Fernandes da Silveira, enumerando
publicações jornalísticas e literárias, até 1908, ano do centenário do
aparecimento do primeiro dos jornais brasileiros, o Correio Brasiliense,
editado em Londres, em 1808, por Hipólito da Costa.
Em 25 de outubro de 18722,
iniciou seus trabalhos como Promotor Geral da Comarca de São Cristóvão, em
Sergipe, por intermédio do Juiz de Direito da referida comarca, Alexandre Pinto
Lobão. Um ano depois, foi nomeado Promotor Público da capital. Em 16 de março
de 18784, Armindo Guaraná foi nomeado secretário da Província do Piauí, por
Carta Imperial. No mesmo ano foi habilitado ao cargo de Juiz de Direito, por
ter exercido por mais de 4 anos o lugar do Promotor Público. Em 1879, foi
nomeado Procurador Fiscal da Tesouraria Provincial de Sergipe, pelo presidente
da Província local, Fernandes Santos, tornando-se em 1881 Promotor Público da
Comarca de Estância, por intermédio do Presidente da Província, Herculano
Marcos Inglez de Souza. No dia 13 de maio de 1882, Armindo Guaraná foi nomeado
para secretário da Província do Ceará, por Carta Imperial, e em setembro deste
mesmo ano, foi nomeado Juiz de Direito da Comarca de Oeiras, Província do
Piauí, por decreto. Em 1º de dezembro de 1884, foi transferido para Itabaiana,
para exercer a magistratura.
Dentre os cargos exercidos
por Armindo Guaraná, vale destacar o de Chefe de Polícia Interino da Província
de Sergipe, designado por Jerônimo Sandro Pereira, em 1889. No ano de 1890,
Armindo Guaraná é nomeado Juiz de Casamentos, em Aracaju, pelo presidente do
Brasil, o Marechal Deodoro da Fonseca. Após doze dias, o Barão de Sobral lhe
comunica essa nomeação, dando-lhe um prazo de três meses para exercer suas
funções. A trajetória jurídica de Armindo Guaraná termina no dia 09 de março de
1906, quando Leopoldo de Bulhões lhe concede a aposentadoria, como Juiz Federal
pela Secção do Ceará, função que exercia por mais de 20 anos. Após
aposentar-se, Armindo Guaraná vai para o Rio de Janeiro. Na capital federal começa
a juntar os subsídios necessários para confecção de sua maior obra, o
Dicionário Biobibliográfico Sergipano. Em 1911,7 retorna a Sergipe fixando-se
na cidade de Aracaju. Mais tarde tornou-se sócio fundador do IHGS, e
idealizador do Dicionário Biobibliográfico Sergipano, sua principal obra, que
se constitui por ser um documento que possibilita aos leitores e pesquisadores,
subsídios para o desenvolvimento de seus trabalhos acerca da história de vida
de sergipanos que viveram entre a segunda metade do século XIX, e a primeira
metade do século XX. Em 1912, associou-se ao IHGS - instituição que auxilia a
várias décadas, o desenvolvimento de produções literárias e históricas, através
do seu acervo bibliográfico, documental e iconográfico – tendo participado de
sua fundação. Neste instituto, Armindo elaborava diversos artigos, sobre os
mais variados aspectos. Atuou como redator, entre os anos de 1912 a 1916,
produzindo textos para complementar a sua revista trimensal, participou da
diretoria do mesmo órgão como membro da Comissão de História e Arqueologia,
sendo o vice-presidente da instituição, no período de 1912 a 1913. Consta no
cadastro social do Instituto, como Sócio Fundador, tornando-se sócio honorário,
em 14 de julho de 19158. Tendo em vista sua atuação e produção no IHGS, foi
possível analisar os artigos, com os quais tratamos neste trabalho.
Nascido em São
Cristóvão (SE), em 4 de agosto de 1848, Manoel Armindo Cordeiro Guaraná
bacharelou-se no Recife (PE), em 1871, participando do ambiente cultural que
Tobias Barreto enriqueceu com sua presença de gênio. Dedicou-se ao jornalismo,
a política, a magistratura e a história, elaborando diversos trabalhos que
enriqueceram a estante sergipana, como Jornais, Revistas e outras publicações
periódicas, de 1832 a 1908, Catálogo que registra o primeiros dos jornais, o
Recopilador Sergipano, editado em Estância, na Tipografia Silveira & Cia,
de propriedade do monsenhor Antonio Fernandes da Silveira, enumerando em São
Cristóvão, Aracaju, Laranjeiras, Propriá, Maroim, Capela, Simão Dias, Lagarto,
Santo Amaro e Neópolis, as publicações jornalísticas e literárias, até 1908,
ano do centenário do aparecimento do primeiro dos jornais brasileiros, o
Correio Brasiliense, editado em Londres, em 1808, por Hipólito da Costa.
O Dicionário
Biobliográfico Sergipano, de Armindo Guaraná é uma obra monumental, que reúne
mais de 640 biografias dos mais ilustres sergipanos, detalhadas dentro e fora
de Sergipe, como um testemunho para a posteridade. É, por isto mesmo, uma fonte
de referências confiáveis, cotejadas com informações diversas, que chama a
atenção para a fertilidade intelectual da terra, tal o número de exemplos
contidos nas páginas do livro, que teve edição póstuma, graças aos esforços dos
intelectuais Prado Sampaio e Epifânio Dória, que foram os Editores e a
determinação do presidente Maurício Graccho Cardoso, que autorizou os gatos com
a publicação.
O Catálogo da
imprensa em Sergipe foi publicado no número especial da Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro, em 1908. Escreveu o Glossário etmológico dos
nomes da língua tupi na geografia do Estado de Sergipe (in Revista do Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe, Aracaju, 1914) e auxiliou Sacramento Blake
na redação do Dicionário bibliográfico brasileiro. Armindo Guaraná morreu, em
Aracaju, em 10 de maio de 1924.
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