SERGIPE, 193 ANOS DA
EMANCIPAÇÃO.
[1]Adailton Andrade
Em
8 de Julho de 1820, D. João VI, segundo
alguns historiadores, se sentia grato com a participação da elite
sergipana no processo de expansão da revolução pernambucana de 1817, decretava
Sergipe independente da Bahia e nomeava Carlos César Burlamaqui para ser seu primeiro governante. Mas a Bahia
não aceitou tão fácil assim tomando outras medidas prendendo
o senhor Burlamaqui. D. Pedro I, que assumiu depois da abdicação
de seu pai e proclamou a independência do Brasil, confirmou, por Carta Imperial,
em 5 de dezembro de 1822 a Carta Régia de D. João VI, concedendo a autonomia de
Sergipe.
O
8 de julho, data considerada o dia da Sergipanidade, por ser a data em que
Sergipe conquistou sua emancipação política da Bahia. A data é marcada todos os
anos, por diversas comemorações que envolvem o fazer cultural sergipano e a
valorização do seu povo, nessa data, Sergipe comemorará 193 anos de emancipação
política, mas oficialmente o dia da Sergipanidade ficou mesmo com a outra data que antes também se
comemorava o dia e emancipação do estado o então 24 de outubro.
Uma
data que agora tem outro sentido, comemoramos o dia do sentimento, do orgulho
de ser sergipano, esse termo sergipanidade foi usado primeiramente por Tobias
Barreto, mas somente nas últimas duas décadas que a Sergipanidade começou a ser
tratada como um conceito cultural, capaz de inspirar artistas, escritores,
pensadores, qualificando compromisso das manifestações da cultura sergipana.
A Carta
Régia que desanexou da Capitania da Bahia o território de Sergipe, emancipando-o
politicamente, completa 193 anos, e é, ainda, uma referência, um marco, para a
compreensão da história. Por mais que os episódios gerados pela decisão de Dom
João VI ainda careçam de melhor interpretação, o 8 de julho de 1820 tem sido
convertido no símbolo da liberdade, da independência, da autonomia econômica,
da construção da sociedade sergipana.
Muitos
Historiadores compreende que a Emancipação política de Sergipe resultou de uma
luta madura, empreendida pela elite produtora local - criadores de gado e
senhores de engenho – até então responsáveis pelo abastecimento das grandes
Capitanias da Bahia e de Pernambuco.
Mas,
antes da emancipação politica tivemos a emancipação jurídica com e criação de
suas ouvidorias em terras sergipanas.
Sergipe conquista sua autonomia jurídica em 1696 com a criação da comarca
de Sergipe, sendo Diogo Pacheco de Carvalho nomeado
como primeiro ouvidor, e logo no ano seguinte em 1697, o governador-geral do Brasil
ordenou ao ouvidor-geral de Sergipe, Diogo Pacheco
de Carvalho, a criação de vilas nas povoações de Itabaiana e Lagarto, e outra
no Porto da Cotinguiba. Naquele mesmo ano, a Câmara de São Cristóvão instala a
sede da Vila de Santo Amaro, em homenagem ao fundador Amaro Aires da Rocha, no
Porto da Cotinguiba. Contudo, Martins de Azevedo não queria a vila no porto.
Além de prejudicar seu engenho, a localidade sofria com as inundações.
O desenvolvimento da capitania de Sergipe
tendo seus moldes dentro de uma politica mercantilista Filipina tem o objetivo
de levar grandes lucros ao tesouro Real.
A agricultura e a pecuária foi o que mais desenvolveu no inicio da colonização e com a
doação das sesmarias inicia-se o desenvolvimento da capitania. Em 1694 a câmara
de São Cristóvão já solicitava um ouvidor, mas isso só acontece dois anos mais
tarde. Sendo assim, a Capitania de Sergipe D’el Rey passou a ter, por
definitivo, seu ouvidor começando uma
disputa dos ouvidores pela casa sempre quando saia um Ouvidor.
A reação da Bahia, rejeitando os fatos, criando
obstáculos, gerando conflitos, bem demonstra a tutela, para adiar a decisão do
Rei. As circunstâncias da Independência do Brasil serviram para que a decisão
da Carta Régia de 8 de julho de 1820 fosse confirmada e referendada por Pedro
I, que chegou a elevar, novamente, São Cristóvão à condição de cidade, para ser
a capital de Sergipe. A Constituição do Império, que é de 1824, colocou Sergipe
entre as Províncias do Brasil, consolidando a Emancipação de 8 de julho de
1820.
O
Conselho Geral e o Conselho da Província expõem, em suas sessões, os problemas
e demandas. Sergipe, então, é um território produtor de gado e de açúcar, com
outras atividades econômicas de menor porte, dando os primeiros passos para
organizar-se politicamente. Surgem os primeiros grupamentos políticos, começam
a circular os jornais, como se fossem preparativos para o que viria com o Ato
Adicional de 1834 e suas conseqüências, como a instalação da Assembléia
Legislativa Provincial, vitrine que mostrava a expansão política da Província.
A partir de 1836, ou em torno desta data, aparece o civismo sergipano em torno
da Emancipação. O poeta e professor Oliveira Campos faz a letra do Hino de
Sergipe, musicado pelo frade José de Santa Cecília, durante muitos anos
residente no Convento Franciscano de São Cristóvão. O dia 24 de outubro,
considerado como a data definitiva da Emancipação, passa a simbolizar a
liberdade, como um feriado que enchia as ruas de sergipanos em festa, mostrando
o que de melhor tinha para celebrar Sergipe.
O
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, fundado em 1912, a Academia
Sergipana de Letras, em 1929, que ainda hoje resistem, dentre tantas outras
iniciativas no curso do tempo. Essas duas casas estão com uma programação especiais
nessas datas de grande importância para Sergipe, este ano o IHGSE, estará com
um evento todo especial para comemorar essa data, pois serão abordadas questões
importantes, como: história, memória e esquecimento da emancipação de Sergipe,
formação da identidade sergipana, dentre outras.
Ainda
na programação, além do discurso de Terezinha Oliva (oradora do IHGSE), será
lançada a segunda edição do clássico "Sergipe artístico, literário e
científico", de Prado Sampaio, e relançado o livro "Através do Brasil"
de Claudefranklin Monteiro Santos.
A emancipação política de Sergipe fez nascer e
crescer vilas e cidades, ocupando estrategicamente o território, como suporte
das atividades econômicas. A crescente produção açucareira nas terras pretas e
gordas do massapê fez de Laranjeiras e de Maruim dois centros urbanos
destacados na Província, para onde convergiam as atenções. Estância ao sul,
Vila Nova, hoje Neópolis, e Propriá, ao norte, Itabaiana e Lagarto, ao oeste,
juntamente com a capital, São Cristóvão, davam a Sergipe os ares do progresso.
8 de julho de 2013, Sergipe tem o orgulho de
completar seus 193 anos de muita cultura
história e memoria de um povo ordeiro e
feliz
[1] Licenciado
em História, pós-graduado em Ensino Superior em História, pós-graduado em
Sergipe Sociedade e Cultura, Membro do Instituto Histórico e Geográfico de
Sergipe. Membro na qualidade de pesquisador dos Grupos de Estudo e Pesquisa da
UFS: Grupo de Estudos e Pesquisas em Memória e Patrimônio Sergipano.
(GEMPS/UFS/CNPq) e o Grupo de Estudos e Pesquisas Culturas, Identidades e
Religiosidades (GPCIR/UFS/CNPq) Professor da rede particular e Pública de
ensino. adailton.andrade@bol.com.br
muito grande esse texto eu quero um texto pequeno
ResponderExcluirFaça VOCÊ então o resumo! O texto está magnífico, Parabéns Porf Adailton!
ExcluirAnônimo, não dá para "economizar" informação. O texto está excelente e bastante objetivo. Parabéns, professor Adailton!
ResponderExcluire bom d+
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