PRAÇA FAUSTO CARDOSO E SUAS HISTÓRIAS
*Adailton dos Santos Andrade
Quando pensamos em escrever algo sobre a
Praça Fausto Cardoso, vem logo a lembrança,
os textos de Luis Antonio Barreto, as imagens de Murilo Melins,e sem
compromisso, as centenas cotações
repetitivas que se encontra fácil na internet.
Época em que começou a ser construída, por
volta de 1855, um mangue foi aterrado para dar lugar à praça. A praça do palácio como era chamada, no final da década, a rua larga da Praça do Palácio foi revestida de
pedras calcárias, que ainda hoje sustentam nossos pés na história centenária de
Aracaju Em 1911 e 1920 Aracaju já se impõe como maior centro urbano do Estado e
a cidade mais industrializada de Sergipe, confirmando a visão
política-administrativa de Ignácio Barbosa.
Segundo o historiador
Amâncio Cardoso, pesquisador de monumentos históricos, a
Praça do Palácio, hoje Praça Fausto Cardoso porque ali foram colocados os primeiros pinos
de demarcação da área a ser construída da cidade pelos engenheiros comandados
pelo engenheiro Pirro. Ainda segundo Amâncio, a Praça Fausto Cardoso por ser o núcleo do nosso centro histórico. Foi
ali onde tudo começou.
A praça Fausto Cardoso já foi palco de grandes eventos
políticos e culturais. Até o início dos anos 90, era na praça que aconteciam os
festejos juninos e o Carnaval. O pesquisador Luiz Antônio Barreto explica que a
praça foi o pinhão de ordenamento do quadrado de Pirro, idéia do arquiteto que
tomou como modelo um tabuleiro de xadrez para ordenar as ruas do Centro de
Aracaju. Na época em que foi construída, a praça reunia praticamente todos os
serviços públicos da Província: o palácio, algumas repartições e a Assembléia
Provincial. Ainda hoje a praça abriga importantes instituições, como o Tribunal
de Justiça de Sergipe, a Assembléia Legislativa e Miniaterio Publico Estadual.
Os grandes
acontecimentos que marcaram a historia
desta praça, começa com uma tragedia, a morte de Fausto Cardoso, ocorrida há mais de 103
anos, no dia 28 de agosto de 1906, cobriu Sergipe de luto e tirou
momentaneamente dos sergipanos a idéia de luta, de afirmação, de busca de
unidade social para construir alternativas livres.
Agonizando na praça que depois recebeu o seu nome, cercado de amigos e
admiradores, homens, mulheres e crianças que lotavam o centro da cidade, Fausto
Cardoso transbordou-se e com ele a alma sergipana. Seu legado está na frase
imortalizada com a sua morte: “A liberdade só se prepara na história, com o
cimento do tempo e o sangue dos homens.” Na verdade, a frase é outra, e está
contida no discurso que pronunciou em 9 de julho de 1902, e que ficou conhecido
como Lei e Arbítrio: “A liberdade só se prepara na história com o sangue dos
povos, o esforço dos homens, o cimento dos tempos. E se ela não é o preço de
uma vitória, não é liberdade, será tolerância, favor, concessão, que podem ser
cassados, sem resistência, que se revista do Poder. Não gera
caracteres nem cria personalidade. Enerva, dissolve, abate, humilha, corrompe e
transforma os povos em míseras sombras.” A idéia e o sentido da liberdade
marcam a biografia de Fausto de Aguiar Cardoso.
Assim é que em 1912 a Praça Fausto Cardoso recebe um monumento em
homenagem a esse grande líder político, plantando-se novos jardins com dois
coretos em estilo art-noveau, orgulho dos sergipanos que dali fizeram palco
para retretas e manifestações cívicas. Outro monumento se ergue quatro anos
depois, em 1916, na praça Olympio Campos com a estátua do Monsenhor, com um
pequeno jardim em torno.
Mergulhamos
nas lembranças do pesquisador Murillo Melins que sita em sua obra “Aracaju romantica que vi e vivi”,
meu coração se enche de saudades quando passo pela praça fauto Cardodo e
recorda as grandes construções da sua época que hoje nao existe mais.
Outra citação que a praça já foi palco de grandes eventos políticos e
culturais. Até o início dos anos 90, era na praça que aconteciam os festejos
juninos e o Carnaval. O pesquisador Luiz Antônio Barreto explica que a praça
foi o pinhão de ordenamento do quadrado de Pirro, idéia do arquiteto que tomou
como modelo um tabuleiro de xadrez para ordenar as ruas do Centro de Aracaju.
Na época em que foi construída, a praça reunia praticamente todos os serviços
públicos da Província: o palácio, algumas repartições e a Assembléia
Provincial.
Dentro da minha linha de pesquisa cito o discurso do
interventor Augusto Maynard emocionado
pedindo ao povo de Sergipe que tenham calma, e relatando os acontecimentos da
tragico do torpedeamento dos navios
brasileiros na costa sergipana.
Ainda
nas lembraças de Murillo Melins, foi o linchamento do lider trabalhista Lídio
Paixao, proximo à estátua de Fausto
Cardoso. Em 1954,
no dia 24 de agosto, Sergipe, como o resto do Brasil, amanheceu surpreso com o
suicídio do presidente Getúlio Vargas,
As passeatas pelas ruas de Aracaju tinham destinos certos, antes de
fazer concentração na praça Fausto Cardoso, centro de manifestações políticas.
A praça também foi palco dos grandes comícios,
políticos que ainda hoje são lembrados com seus discursos eloqüentes, como
Jorge Amado, em 22 de dezembro de 1946. Plínio Salgado, Seixas Dória, Leandro
Maciel, Maynard Gomes, Getulio Vargas, Eduardo Gomes, Carlos Prestes, este os
jornais da época, 1947, anunciava que era a maior concentração política na
história de Sergipe.”Todo o povo a praça fausto Cardoso” tinha como manchete
principal o Jornal do povo em 4 de janeiro de 1947, o povo de Sergipe esperava
ansiosamente ouvir “o cavaleiro da esperança”, assim como era chamado Carlos Prestes.
Também nesta praça em 11 de janeiro de 1947,
Augusto Maynard em um grande comício, discursou e dando uma resposta a Carlos
Prestes em u moutro comicipo anterior a este nesta mesma praça. Este discurso
ficou famoso até os dias de hoje com seu inicio narrativo, “Ainda uma vez o
refrão...”Os homes são como as
montanhas. Vistas ao longe, belas, altaneiras, inexpugnáveis; de perto, que
decepção!”. Isso era como Maynard via o líder comunista, como um traidor da
pátria, o povo de Sergipe ouviu do próprio Maynard relatos do sobre o julgamento de Prestes como
mentor intelectual da jovem Elza Fernandes, contando com detalhes como
aconteceu o crime bárbaro.
Já no jornal de 04 de fevereiro de 1947 tinha como
principal manchete, o discurso da integra do comício de 11 de janeiro na praça Fausto Cardoso, em primeira pagina
Maynard dizia assim : DEVOTA-ME ODIO DE MORTE, PORQUE CUMPRI O MEU DEVER. Condenando-o
Prestes como autor intelectual do mais bárbaro crime que já se praticou em
terras do Brasil.
Maynard depois que deixou a Interventoria do
estado, e o comando do 28º BC, foi convidado pelo governo Vargas para assumir
uma nova missão, fazer parte do quadro de juízes do tribunal de Segurança
Nacional e no processo de Prestes, ele foi o relator do mesmo.
Hoje, a Praça Fausto Cardoso esta de cara nova, passou
por uma grande reforma, mas foi preservado suas características
históricas, deixando na lembrança fatos
que marcaram a vida política e cultural dos sergipanos, Lembramos ainda das retretas, dos shows, dos desfiles de moda
das mocinhas que saíram da missa, lembramos do relógio publico de quatro faces como dia o memorialista Murillo
Melins, é o que sente o historiador Adailton Andrade quando passa pela praça, para, olha e lembra
dos grandes acontecimentos relatados nos livros e artigos dos jornais.Viva
a praça Fausto Cardoso !.
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*Licenciado em História pela Universidade Tiradentes,
Pós Graduando em
Ensino Superior em Historia na Faculdade São Luis de França,
Pós graduado pela Faculdade Pio X, Mestrado em Educação pela unifuturo.
Membro do Instituto Histórico Geográfico de Sergipe, pesquisador e biografo de
Augusto Maynard Gomes
Bibliografia
Textos de Luiz Antônio Barreto.
Entrevista
a Agência
Aracaju de Notícias (AAN) com o professor
de história do Cefet/SE), Amâncio Cardoso,
Murillo
Melins - Aracaju Romântico que vi e vivi
Fotos
do blog de Osmario