Adailton Andrade
RESUMO:
O texto aqui
apresentado propõe analisar alguns aspectos da cultura, da memória e da
influência criptojudaica em Maruim, Sergipe,
na segunda metade do século XIX e inicio do XX, o mesmo implica em buscar
compreender, do ponto de vista cultural, um período bastante importante para a
economia de Sergipe. Descendentes de Judeus que migraram para Maruim no apogeu do seu comércio, final do século XVIII
para o XIX, deixaram testemunho de
que sua consciência histórico-religiosa ainda estava viva. Assim, são nítidos
os vestígios e sinais das manifestações
criptojudaicas na sociedade maruinense. Além disso, a análise da documentação
referente ao Gabinete de leitura demonstra a forte oposição à Igreja Católica e ao regime político conservador, traço
eminentemente característico de uma cultura de resistência.
INTRODUÇÃO
O texto aqui apresentado propõe
analisar alguns aspectos da cultura, da memória e da influência criptojudaica em Maruim2, Sergipe, na segunda metade do século XIX e
inicio do XX, o mesmo implica em buscar compreender, do
ponto de vista cultural, um período bastante importante para a economia de Sergipe.
O interesse pela
temática é resultado de leituras prévias das pesquisas de Marcos Silva sobre cristãos-novos buscando
analisar documentos de época, entrevistas com pessoas que se dizem seus descendentes e a influência
dessa minoria na cultura de Sergipe.
O autor aponta
alguns aspectos encontrados em uma pequena cidade de Sergipe, Cedro de São João, também fazendo leitura
de símbolos judaicos estampados nas faixadas das casas. Outra curiosidade, a lagoa existente na localidade, com o nome de Salomé,
a mulher que pediu a morte de João Batista,
homônimo do santo padroeiro da Cidade. Esses
fatos levantaram indícios para as conclusões da pesquisa de que ali também os descendentes de judeus
estiveram presentes na formação do povoamento.
O que chama muita atenção nesse texto são os indícios
encontrados em Maruim.
Em um paralelo com o trabalho
de Marcos Silva sobre cristãos-novos no nordeste,
especificamente o capitulo 5 que trata do paradigma da assimilação entre os
descendentes de cristãos-novos em
Cedro de São João e o capitulo "A experiência Neo-marrana". Ele afirma:
... De um modo em geral, o relato hegemônico tem adotado o século XIX como o limite temporal da resistência
dos cristãos-novos à assimilação.
Porém, neste particular aspecto das “ressurgências e regressos”, tal como simbolizado pela fênix lendária,
parece residir o elemento de continuidade do “movimento judaizante” (SILVA, 2012, p. 56).
O autor se ocupou
em mostrar os fatos que indicam a emergência de uma tendência atual à retomada da prática do judaísmo entre os descendentes de cristãos-novos nos estados
de Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte, além de analisar
as consequências deste fenômeno.
Ora, o
memorialista Joel Aguiar3 apresenta na sua pesquisa
indícios da presença de cristãos-novos
na genealogia dos marurienses.
Maruim tem sua origem no mangue, onde se localizava o
"Porto das Redes", a "antiga Alfândega de Sergipe", no encontro
do rio Sergipe com o Guanhamoroba. Mais tarde os moradores deixaram
a localidade devido
à grande quantidade de mosquitos
transmissores de doenças.
A povoação de Maruim passou a ser às margens do rio Ganhamoroba, nas proximidades da Igreja São Vicente, onde também estava localizado o antigo Engenho Maruim
de Baixo, cujo proprietário era o Sr. Manoel Rodrigues de Figueiredo. O local
era bem mais confortável e permitia melhores condições para a
expansão do comércio e da agricultura.
Dentre as cidades da Região do Rio Cotinguiba, Maruim
participou do desenvolvimento da
Província de Sergipe, porque ele foi, nesse período,
o município detentor
de invejável condição
econômica, em virtude das transações comerciais com vários países da Europa.
historiografia
sergipana que se caracteriza necessitada de tais estudos, que percebam reflexos nas posturas religiosas e morais da sociedade maruinense, indícios bastante contundentes quanto à presença do povo
criptojudeu nas manifestações culturais e religiosas da comunidade local.
Exemplos desses
costumes encontrados em Maruim são; como fazer oposição ao culto católico, não ter imagens de santos, fazer jejum, não enterrar
parentes no cemitério
local por ser domínio católico,
não comer certos tipos de carnes, tudo isso desperta atenção por não se tratar de práticas da cultura local.
Paulo Valadares
explica que a maioria dos descendentes de cristãos-novos integrou-se à população geral entre o final da época colonial e
início do Império. Muitas vezes nos
quadros da elite nacional. Porém, “uma minoria desta ascendência, portadora da cultura cristã-nova, pôde sobreviver
graças a fatores internos e externos, como endogamia praticada constantemente."
(VALADARES, 2007: 279).
Ainda, segundo o autor:
...
Observando a sociedade brasileira percebe-se que esta presença fertilizou o cotidiano através de alguns
símbolos, personagens e valores éticos em
quantidades suficientes para considerá-los como um dos substratos importantes da formação nacional, mesmo que passem
desapercebidos e sejam sentidos
apenas como uma presença oculta. (VALADARES, 2007:
280).4
PECULIARIDADE
DA HISTÓRIA DOS CRISTÃOS-NOVOS EM MARUIM
Maruim se desenvolveu no século XIX com a ascensão da cultura da cana de açúcar.
Com isso, atraiu muitos estrangeiros durante o apogeu das atividades portuárias
e comerciais com a Europa. Pessoas de
várias nacionalidades chegaram a Maruim; alemãs, ingleses, espanhóis, franceses, portugueses, suíços e judeus
convertidos ao cristianismo. 1995, e foi sepultado em Maruim. Em 1927, publicou
a primeira edição do Escorço
Histórico do Gabinete de Leitura de Maruim.
Neste ano, Joel Aguiar ocupou o cargo de Orador no biênio presidido pelo, também maruinense,
Josias Vieira Dantas.
Os cristãos-novos foram importantes partícipes na formação de nossa sociedade, destacando-se nos mais diversos setores, misturando-se a ela e deixando legados importantes, muito embora, porém, ignorados em algumas narrativas, ou ainda pouco estudados, conforme verificamos. Sobre esses últimos, os chamados cristãos-novos, Anita Novinsky mostra, de forma nítida e precisa, a dimensão social das questões relativas à sua “exclusão” na sociedade nordestina desde o século XVII. A partir da pesquisa de Anita Novinsky, buscamos entender como as tensões sociais se manifestavam “encobertas” no nível religioso e como se deu a presença desses descendentes de judeus no município de Maruim.
Os cristãos-novos foram importantes partícipes na formação de nossa sociedade, destacando-se nos mais diversos setores, misturando-se a ela e deixando legados importantes, muito embora, porém, ignorados em algumas narrativas, ou ainda pouco estudados, conforme verificamos. Sobre esses últimos, os chamados cristãos-novos, Anita Novinsky mostra, de forma nítida e precisa, a dimensão social das questões relativas à sua “exclusão” na sociedade nordestina desde o século XVII. A partir da pesquisa de Anita Novinsky, buscamos entender como as tensões sociais se manifestavam “encobertas” no nível religioso e como se deu a presença desses descendentes de judeus no município de Maruim.
A autora
apresenta o conceito
fundamental para a compreensão do fenômeno do cristão-novo: o “homem
dividido”, dividido entre o mundo
católico e o judaico, conceito que
vários autores têm adotado.
Mas, o elemento cristão-novo em
Maruim encontrou condições específicas para suas
manifestações a partir do século XIX, qual seja a influencia de estrangeiros que chegaram à localidade na segunda metade do século
XIX, sobretudo os alemães.
Segundo José Edgar Mota Freitas, os primeiros alemães
que se fixaram em Sergipe chegaram no início da década de 40
desse século. Eles optaram por viver na Vila de Maruim, o principal porto comercial existente na Província,
responsável pela exportação do açúcar.
Por sua vez, Joel Aguiar6 informa que os alemães
ganharam maior visibilidade em
Maruim, depois da
instalação da casa A. Schramm & Co., dedicada a exportação de açúcar e importadora de mercadorias industriais e outros manufaturados europeus. A empresa
teve como fundadores, em 1831, em Pernambuco, os irmãos Adolph e Ernst
Schramm. Este último era o mais novo
dos cinco filhos de Johann Gottfried Schramm e acompanhou o irmão Adolph, em 1812, quando este
resolveu fixar residência no Brasil. Até retornar
definitivamente à Alemanha
na década de
60 dos anos
oitocentos, Ernst fez apenas três viagens ao seu país de origem. Transferindo sua sede para Maruim, a empresa estabeleceu filiais em Salvador, Recife,
Rio de Janeiro e Hamburgo.
Era comum, desde o início do século
XIX, que os alemães vivendo no exterior
tivessem esposas alemãs.
Assim, Ernst Schramm
providenciou seu casamento antes de vir para o Brasil. O matrimônio, com
Adolphine Jencquel, aconteceu na Alemanha, em
setembro de 1858. Antes de chegar ao Brasil o casal passeou, em lua de mel, por Londres e Paris. Da união de Ernst e Adolphine nasceu
o maruinense Max Schramm, em outubro de 1861. O poderio econômico dos Schramm colocou a
família alemã, residente em Maruim, no centro
de tomada de decisões do poder político local, chegando um deles a ocupar a função de Cônsul
da
Alemanha em Sergipe. (FREITAS, 1991)7
Além desses, o Livro “Registro de Estrangeiros de Maruim” dá conta do assentando, em 1840, de Peter Heinrich Holtermann, um comerciante solteiro, com 51 anos de idade, nascido em Hamburgo. Um ano depois,
em 1841, chegou
Johann Heinrich Winter,
outro comerciante solteiro, com 27 anos de idade,
nascido em Hannover. O comerciante Gustav Wiesdesmann chegou a Maruim aos 34 anos de idade, solteiro,
em 1847. No final da década de
40, em 1849, chegou Henrismann Kotsch, com 30 anos de idade, nascido em Hannover.
Percebe-se pelos sobrenomes que alguns
desses alemães são de origem judaica,
notadamente a família “Schramm”. 9 Importante fato para a
história de Maruim é que o famoso Gabinete de Leitura dessa cidade
teve como mentor o cônsul Otto Schramm.
As cartas de sua tia Adolphine
revelam que em 1860, já possuía em sua residência um rico acervo, que possivelmente, todo ou parcialmente, fora transferido para a biblioteca do Gabinete. Estamos tratando de um espaço de sociabilidade,
com um vasto capital cultural, não só para Maruim, mas de referência em Sergipe; tanto enquanto Província
do Império, como em
Estado da Federação, haja vista a importância deste espaço em ocasião dos acalorados
debates liberais republicanos.
Um indício significativo da
presença de cristãos-novos judaizantes entre os liberais associados ao Gabinete
de Leitura de Maruim é a composição da diretoria do mesmo, que reunia um expressivo número de maçons.
Sobre a importância da Maçonaria na cidade, Lúcia
Marques afirma:
Em Maruim, a maçonaria
encabeçou vários movimentos sociais em favor dos mais necessitados, tendo
auxiliado também na fundação do Hospital
Senhora da Boa Hora, inaugurado em 1896. Contudo, o pároco Antônio Leonardo da Silveira Dantas, que
dirigiu a paróquia da cidade, muito
combateu a entidade maçônica, procurou
participar de campanhas em prol daquela casa de saúde, na qual aparece como um dos fundadores. (SILVA, 1994, p. 260).
Outra coisa são os indícios simbólicos apontados na arquitetura local, datada do final
do século XIX. O símbolo do peixe, recorrente no início da iconografia cristã
é encontrado facilmente na
parte alta das casas que ainda resta em ruínas na arquitetura local. Porém, num evidente contra ponto, aparecem
figuras como a Estrela de Davi10 e a flor de lis (flor-de-lis)
que é uma figura heráldica, simbologia que remete à mística judaica do período,
e que figurou na literatura técnica e cartográfica do povo Judeu. Tudo isso reforça os indícios da presença
dos cristãos-novos em Maruim durante o período que seu comercio atraiu muito
estrangeiro a Sergipe e, sobretudo da
sobrevivência de sua consciência histórico-religiosa.
CONFLITO
IDEOLÓGICO EM MARUIM
Paulo Valadares, um dos autores
do Dicionário Sefaradi
de Sobrenomes, responde
a algumas questões, como: o que aconteceu aos descendentes dos judeus
que se converteram à força no século
15? Qual a influência deles na vida brasileira? Quem são eles? O autor escolheu nove judeus que se
converteram nesta época, do rabino-chefe de Castela a outros menos conhecidos, e trouxe a sua genealogia até os
nossos dias, para responder estas questões.
O pesquisador avalia coletivamente o impacto de algumas descendências de cristãos- novos na formação do Brasil. No meio de tanta diversidade e variedade surgem
conexões genealógicas, culturais, éticas e até mesmo certa "visão
de mundo geral" ou "percepção de mundo geral" de um povo, família ou
pessoa cristã-nova brasileira, que é discretamente, mas eficazmente, desocultada pela pesquisa no livro :
...A maioria dos descendentes de cristãos-novos integrou-se à população geral. Muitas vezes nos quadros da elite nacional. “Porém, uma minoria desta ascendência e portadora da cultura cristã-nova pode sobreviver graças a fatores internos e externos, como endogamia praticada constantemente,...” (VALADARES, 2007: 279).
Ele demonstra como por cerca de
trezentos anos essa minoria resistiu culturalmente à assimilação dentro da sociedade católica sob o influxo da
perseguição inquisitorial. Porém,
após o término da separação legal entre cristãos-novos e cristãos velhos, na
época do Marquês de Pombal e,
sobretudo após a extinção do Tribunal do Santo Oficio, no início do século XIX, essa persistência foi se dissipando
até se perder a consciência histórica desse povo.
Em função disso, dentro da
historiografia brasileira a respeito dos cristãos-novos
judaizantes o século XIX constitui uma lacuna. Não foram encontrados registros
históricos a respeito e as pesquisas
simplesmente silenciam a respeito da cultura cristã-nova nesse
período. Essa lacuna é admitida até pela famosa historiadora Anita Novinsky.
Porém, Paulo Valadares, em sua
pesquisa, Uma Presença Oculta,
encontrou resquícios da sobrevivência desta cultura em diferentes lugares
de sociedades católicas e demonstrou a persistência da identidade judaica e a
sobrevivência deste grupo etnocultural.
Seguindo essa perspectiva, esse
texto pretende demonstrar inicialmente que a presença
de cristãos-novos em Maruim, aliada
a influência dos alemães de origem judaica
que lá se dedicaram a atividades comerciais e culturais na segunda
metade do século XIX, pode
contribuir para iniciar
o preenchimento dessa lacuna na historiografia sobre a cultura
cristã- nova no Brasil.
Isso porque, Maruim, através
da fundação do Gabinete de Leitura em 1877, de forte
conotação liberal e com a presença dominante de maçons se constituiu em um ambiente anticatólico por excelência. Sendo,
portanto, esse conjunto
de fatores um forte indício
da sobrevivência da cultura cristã-nova.
Em função disso, propomos à
historiografia sergipana uma questão que poderá balizar futuras pesquisas: Como os cristãos-novos influenciaram a prática
do comércio, tradições culturais e costumes religiosos em Maruim, notadamente no século XIX e início
do século XX?.
Tais pesquisas poderão tomar como fonte observações quanto a presença de traços culturais e religiosos dos cristãos-novos judaizantes nos costumes e na cultura local de Maruim no século XIX e início do século XX, procurando perceber fragmentos da trajetória de vida dos indivíduos maruienses, tentando compreender a diversidade de fatos ocorridasnaquela região, durante o apogeu do comércio na segunda metade do século XIX, e como eles foram construindo uma identidade própria.
Tais pesquisas poderão tomar como fonte observações quanto a presença de traços culturais e religiosos dos cristãos-novos judaizantes nos costumes e na cultura local de Maruim no século XIX e início do século XX, procurando perceber fragmentos da trajetória de vida dos indivíduos maruienses, tentando compreender a diversidade de fatos ocorridasnaquela região, durante o apogeu do comércio na segunda metade do século XIX, e como eles foram construindo uma identidade própria.
Dentro dessa ótica e no decorrer
das leituras de documentos percebe-se a participação
do Gabinete de Leitura de Maruim no conflito ideológico estabelecido na segunda
metade do século XIX entre conservadores católicos e liberais
maçons, notando-se a participação de descendentes de cristãos-novos
judaizantes no conflito cultural da segunda metade do século XIX ao lado das forças liberais e anticatólicas,
evidenciando a continuidade da cultura cristã-
nova no complexo político-econômico e sociocultural de Maruim.
Por outro lado, a presença nas platibandas das casas de Maruim da Estrela de Davi,
como anteriormente mencionado, uma vez que esse símbolo
também tem importância na Maçonaria só faz
reforçar a ligação dessa sociedade “secreta” com os cristãos-novos
judaizantes. Fato esse constatado por Anita Novinsky
que, ao tratar da posição dos cristãos- novos na sociedade baiana na
primeira metade do século XVII, afirma:
Mesmo gozando exteriormente de um status social semelhante ao do cristão
velho e do fidalgo, o cristão novo mantinha uma inquietude
interna, produto de sua condição, o que provavelmente terá inclinado muitos dos seus descendentes a
se tornarem posteriormente maçons e
precursores dos ideais
de libertação do Brasil. (NOVINSKY, 1992: 64)
Assim, Maruim aparece como um espaço privilegiado dentro
do cenário político
e cultural da virada do século XIX para o XX, onde se fez chamariz para
muitas culturas, entre elas os
cristãos-novos judaizantes.
Os estudiosos
da história de Maruim ainda não deram a devida importância à influência e indícios desses
cristãos-novos a corroborar na construção de um futuro promissor para a uma cidade que, nos moldes de uma cidade
portuária, incrementava o desenvolvimento
comercial de Sergipe.
CONCLUSÃO
Indícios existentes em Maruim, tais
como relações de trabalho na economia açucareira
do Cotinguiba, vivência social de família, casamentos entre parentes, hábitos,
usos, costumes, vivências,
preconceitos e religiosidade, se aplicado o paradigma proposto por Carlo Ginzburg,
poderão demonstrar a existência do Criptojudaísmo naquela localidade.
Descendentes de Judeus que migraram
para Maruim no apogeu do seu comércio, final
do século XVIII para o XIX, deixaram testemunho de que sua consciência histórico-religiosa ainda estava viva. A
confecção do biscoito "sete capas", o enterro de pessoas em casa porque
o cemitério local era capitaneado pela Igreja Católica, o hábito de não comer
carne vermelha, não apontar
estrela e ter sempre um oratório em casa para as orações,
tudo isso indicia
a presença de criptojudeus em Maruim, vindos
de outras províncias e municípios vizinhos, sendo atraídos pela
prosperidade do comércio, deixando entranhados seus traços culturais na sociedade local até os dias de hoje.
Assim, são nítidos os vestígios e
sinais das manifestações criptojudaicas na sociedade
maruinense. Além disso, a análise da documentação referente ao Gabinete de leitura demonstra a forte oposição à
Igreja Católica e ao regime político conservador, traço eminentemente característico de uma cultura de resistência.
FONTES
- Ata e o Regimento Interno da loja
Maçônica Cotenguiba (Aracaju)
-
Atas do Gabinete de
Leitura de Maruim (1877);
-
Catálogo de Obras do
Gabinete de Leitura de Maruim;
-
Estatutos do Gabinete
de Leitura de Maruim -Reformados e aprovados em sessão da Assembleia Geral em 10 de julho de 1901. Aracaju, Tipografia
do O Estado de Sergipe, 1902.
- Estatutos do Gabinete de leitura de Maruim. Bahia:
Tipografia Catilina, 1893.
-
Inventários do Arquivo
do poder Judiciário;
-
Jornais e Revistas do
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe;
- Regulamento Geral da Ordem Maçônica/Sergipe.
-
Relatórios dos
Presidentes de Província, Arquivo Público de
Sergipe
-
Revista Literária do
Gabinete de leitura de Maruim (1890);
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Estado da Cultura de Sergipe, 2004.
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de Janeiro, Editora Fundação Getúlio
Vargas. 2005.
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CRUZ E SILVA, Maria Lúcia Marques. Inventário Cultural de Maruim. Edição comemorativa aos 140 anos de
Emancipação Política da cidade. Aracaju: Secretaria Especial de Cultura, 1994.
FREITAS, José Edgar da Mota [trad.].
Cartas de Maruim. São Cristóvão: Universidade Federal de Sergipe/NUCA, 1991.
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indiciário. In: Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. Tradução Frederico Carotti. São Paulo:
Companhia das Letras, 1989.
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HALBWACHS, M. A
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SILVA, Marcos. SILVA, Jéssiva. Barros. A Redescoberta da Identidade Judaica no Nordeste Brasileiro. In: Reunião Equatorial
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VALADARES, Paulo. A
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________________
1 Licenciado em História, Pós-graduado em Ensino Superior em História, Pós-graduado em ‘Sergipe Sociedade e Cultura, Membro do IHGSE ( Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe). Associado a ANPUH/SE (Associação Nacional de História) . Membro na qualidade de pesquisador dos Grupos de Estudo e Pesquisa da UFS: Grupo de Estudos e Pesquisas em Memória e Patrimônio Sergipano. ( GEMPS/UFS/CNPq ) Grupo de Estudos e Pesquisas Culturas, Identidades e Religiosidades ( GPCIR/UFS/CNPq ). Grupo de Estudo e Pesquisa Diáspora Atlântica dos Sefarditas ( GPDAS/UFS/CNPq )
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1 Licenciado em História, Pós-graduado em Ensino Superior em História, Pós-graduado em ‘Sergipe Sociedade e Cultura, Membro do IHGSE ( Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe). Associado a ANPUH/SE (Associação Nacional de História) . Membro na qualidade de pesquisador dos Grupos de Estudo e Pesquisa da UFS: Grupo de Estudos e Pesquisas em Memória e Patrimônio Sergipano. ( GEMPS/UFS/CNPq ) Grupo de Estudos e Pesquisas Culturas, Identidades e Religiosidades ( GPCIR/UFS/CNPq ). Grupo de Estudo e Pesquisa Diáspora Atlântica dos Sefarditas ( GPDAS/UFS/CNPq )