HISTÓRIA
DE SERGIPE – ADAILTON
1
HISTÓRIA
DE SERGIPE
PRÉ-HISTÓRIA
1.
AS CULTURAS PRÉ-HISTÓRICAS:
− Podemos identificar, em
Sergipe, três culturas
dentre as suas comunidades
pré-históricas:
• Cultura Canindé ou Xingó: Com datações a partir de 5.000 a.C. Os sítios arqueológicos encontram-se
localizados
em áreas do Baixo São Francisco,
no canyon, no município de Nova Canindé. Sítios: São José e Justino. Material
lítico: lascas, facas, raspadores, machados polidos. Material ósseo: esqueletos
e adornos. Material cerâmico: associado a ritos funerários, potes, tigelas,
panelas. Arte rupestre: gravuras (figuras geométricas) e pinturas (desenhos
individualizados) · localizadas em abrigos dos paredões do canyon. Fogueiras.
Restos faunísticos: moluscos, anfíbios, répteis, aves, peixes e mamíferos.Os
primeiros habitantes: grupos caçadores-coletores chegaram na região por volta
de 5.000 a.C. e ocuparam áreas que hoje são identificadas como terraços e
ilhas, atraídos pela presença abundante de
água (rio) ® seriam oriundos
provavelmente do planalto goiano, das cabeceiras do Alto São Francisco e pela
ampla rede de afluentes do SO da Bahia que
deságuam nesse rio (essa hipótese
é justificada pelas
ocupações muito antigas
encontradas nessa área) atividades: caça, coleta e a pesca/catação de mariscos.Sepultamentos:
enterramentos primários efetuados diretamente no solo e acompanhado de
mobiliário funerário (adornos, instrumentos, cerâmica, fogueiras, alimentos).
•
Tradição Aratu:
− Presente em grande parte dos
sítios arqueológicos
sergipanos. Datação: séculos V ao
XVII d.C.
− Localização: toda a faixa
litorânea, norte de Pacatuba e Sul de Cristinapólis. Sítio: Fortuna, no
município de Divina Pastora. Aldeamentos próximos a riachos afluentes e em
área de floresta. Atividades: caça e coleta. Sepultamentos
secundários (urnas funerárias) e acompanhado de mobiliário funeral (artefato pessoais:
machados polidos, adornos, tigelas). •
Tradição Tupi-guarani: Datação: a partir do século XIX ® recente. Ocuparam
áreas litorâneas próximas aos rios e florestas: bacia do São Francisco,
Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris, Piauí e Real. Belicosidade e uso de canoas. Artefatos:
cerâmicos (cachimbos) e líticos (polidores, afiadores, machados polidos). Atividades:
caça, pesca, mandioca. Sepultamentos: secundário e com mobiliário de sepultamento.
OS
ÍNDIOS EM SERGIPE
1.
TRIBOS:•
Línguas: Tupi e Macro-Jê. • Tribos: xocós, aramurus, carapotós, kaxagó, natu
(nas margens do rio São Francisco), tupinambás, caetés e boimés (região litorânea),
aramaris, abacatiaras e ramaris (no interior, próximo da região da serra de
Itabaiana), kiriris ou cariris (região centro-sul, entre os rios Reale
Itamirim).
• Resistência: lutaram para defender suas terras diante
dos invasores portugueses ®
líderes: Baopeba
(apelidado de Serigy), Aperipê,
Surubi, Siriri, Japaratuba.
• Atuais Remanescentes: Xocós ®
localizados na ilha
de São Pedro no município de
Porto da Folha, `as margens do rio São Francisco: Caiçara. − Parte de suas
terras foi tomada pelos grandes donos de terras. Continuam lutando para
sobreviver e conservar a terra que sobrou para eles.
PERÍODO
PRÉ-COLONIAL
1.
PRIMEIROS CONTATOS COM OS BRANCOS
EUROPEUS:
− O litoral do atual território
de Sergipe, localizado entre
o rio São Francisco e o rio Real,
foi visitado inicialmente
pelos portugueses que integravam
a expedição guardacosteira de Gaspar de Lemos em 1501. Estabeleceram contatos
com os índios em terra firme. Os franceses iniciam o escambo com os índios: pau
Brasil, pimenta e algodão.
PERÍODO
COLONIAL
1.
O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO
BRASIL:
− Em 1531, Martim Afonso de Souza
também visitou o
litoral sergipano e entrou em
contato com os índios.
− Os franceses continuavam
interessados nas riquezas
desse território e mantinham um
bom relacionamento
com os índios.
− Em 1534, o atual território
sergipano passou a fazer
parte da Capitania da Bahia,
doada pelo rei D. João III a
Francisco Pereira Coutinho.
− A partir de 1549, com a
instalação do Governo Geral
em Salvador, a Capitania da Bahia
foi comprada do
herdeiro de Francisco Pereira
Coutinho e
transformada em Capitania Real.
A
CATEQUESE DOS ÍNDIOS
1.
OS JESUÍTAS:
− a catequese iniciou-se a partir
de 1575 com os
padres jesuítas Gaspar Lourenço e
João Salônio.
− Fundaram as aldeias (igrejas)
de São Tomé (rio
Piauí), Santo Inácio
(Vasa-Barris) e de São Paulo (rio
Real).
− Os jesuítas, no início,
conseguiram atrair os índios
para a catequese.
• Fracasso da Catequese:
− Os soldados que vieram proteger
os padres
começaram a praticar violência
nas aldeias dos índios,
roubando produtos das roças e
raptando as mulheres.
− Os índios, revoltados,
expulsaram os padres e os
soldados de suas aldeias.
A CONQUISTA DE SERGIPE
1. MOTIVOS:
− O interesse em tomar posse das
terras dos índios e
escravizá-los.
− Ligar por terra a Capitania da
Bahia à de
Pernambuco: importantes centros
coloniais produtores
de açúcar.
− Criar gado e plantar
cana-de-açúcar.
− Expulsar os franceses que
praticavam o escambo
com os índios.
− Explorar minérios no Sertão:
prata, ferro, salitre,
nitrato de potássio.
® A conquista de Sergipe atendia
aos interesses do
Governo português e dos
fazendeiros de gado e
senhores de engenho da Bahia.
2.
A PRIMEIRA TENTATIVA DE CONQUISTA (1575):
• Comandada pelo governador Luis
de Brito.
+ Pretexto da Invasão: a
justificativa era punir os índios por terem abandonado a catequese e expulsado
os padres
jesuítas.
Características:
− Invasão militar e violenta:
destruição e mortes.
− Nas lutas, morreu o cacique
Surubi.
− Aprisionamento de índios: foram
levados para a
Bahia ® a maioria morreu devido
as maus tratos e
doenças. Fracasso: Apesar da destruição e do massacre,
a invasão Foi um fracasso, pois não deixou aqui um marco (sinal) de conquista,
ou seja, não deu inicio a colonização.
− O número de índios escravizados
foi pequeno.
3.
A CONQUISTA DE SERGIPE (1590):
• Comandada por Cristóvão de
Barros.
− Foi estabelecida uma guerra de
extermínio contra os
índios. As aldeias foram
massacradas e, finalmente, o
território conquistado. Fundação
da cidade de São Cristóvão (01.01.1590) na Barra do rio Sergipe, no atual
território de Aracaju: marco da integração de Sergipe a colonização
portuguesa. Foram edificados uma
Igreja, um Presídio e um
Arsenal de armas. Iniciava-se a colonização de Sergipe: Tomé da
Rocha foi escolhido para ser o capitão-mor da nova capitania.
4.
A ORIGEM DO NOME SERGIPE:
• Hipóteses:
− No início esse território era
chamado de “Os Sertões
do Rio Real”. − Teria derivado
das modificações (corruptela) do nome Siriípe (“rio dos Siris”): sirigi sirigipe
seregipe Sergipe. − Seria para distinguir de uma localidade baiana chamada
de Sergipe do Conde: daí o nome Sergipe Del Rey (pelo fato de que a conquista
de Sergipe foi
efetuada por ordem régia e à
custa da Coroa).
− Cacique Serigy ou Serigipy ® o
seu nome foi
transformado em Sergipe.
5.AS
TRANSFERÊNCIAS DE LUGAR DA CIDADE DE
SÃO
CRISTÓVÃO:
• Motivos:
− Ficar longe dos ataques dos
franceses.
− Proximidade das primeiras
fazendas e engenhos.
• Transferências:
− 1596: para uma colina próxima
ao Rio Poxim.
− 1610: para o local atual: nas
margens do rio
Paramopama (afluente do rio
Vasa-Barris), distante 24
Km do litoral.
A
COLONIZAÇÃO DE SERGIPE
1.
DIFICULDADES:
− Ataques franceses: só a partir
de 1601, os franceses
foram definitivamente expulsos de
Sergipe.
− Ataques de índios: que
resistiam a ocupação de suas
terras.
2.
DOAÇÃO DE SESMARIAS:
− A ocupação do litoral do
território ocorreu do Sul para
o Norte.
− Outras vilas foram fundadas na
região do rio Real e
do rio Piauí, no sul da
capitania, e nas terras banhadas
pelos rios Vaza-Barris,
Cotinguiba e Sergipe, no norte
da capitania.
3. ATIVIDADES ECONÔMICAS:
+ Criação de Gado:
− Principal atividade econômica
da capitania.
− Ocupação do interior.
− Latifundiária: é marcante a
presença dos Garcia
D’Ávila ® Conde da Torre.
− Tinha como finalidade abastecer
a Bahia.
+ Cana-de-açúcar:
− Introduzida a partir de 1602.
− Sistema de ”plantation”.
− Surgimento de alguns engenhos.
+ Minas: metais preciosos
− Foram realizadas explorações à
procura de minas
no território da capitania,
realizadas por Belchior Dias
Moreya, Rubélio Dias, Gabriel
Soares e Marcos
Ferreira: rio das Pedras e Serra
de Itabaiana.
− Nunca se constatou a existência
de metais
preciosos.
OS
HOLANDESES EM SERGIPE
1. MOTIVOS:
− Garantia de
alimentos (carne e
farinha) e de
montarias (cavalos).
− Controle das jazidas
de salitre no sertão.
− Servir como zona de
proteção ao avanço
dos portugueses e
espanhóis vindos da
Bahia para expulsá-los de
Pernambuco.
2. OBJETIVOS:
− Recolher os rebanhos
sergipanos.
− Construir fortes no território.
− Controlar a cidade de São
Cristóvão.
− Atacar Salvador.
3. A INVASÃO:
− Em 1637, as tropas da Companhia
das Índias
Ocidentais, sediadas no forte de
Maurício (atual
Penedo) e comandadas por
Sesgimundo Van
Schoppke, cruzaram o rio São
Francisco e iniciaram a
invasão.
• A Retirada de Bagnuolo:
− o comandante das tropas
portuguesas, o conde
Bagnuolo, mandou incendiar os
poucos engenhos,
canaviais e própria cidade de São
Cristóvão, além de
matar milhares de cabeças de
gado: política da “terra
arrasada” (não deixar nada que
pudesse favorecer o
invasor) e ordenou a fuga da
população para trás do
rio Real.
− Os holandeses terminaram a
destruição do que
restou: saques e incêndios.
4.
SITUAÇÃO DE SERGIPE DURANTE A INVASÃO:
− O enfrentamento entre a defesa
portuguesa e o
avanço holandês em direção à
Bahia se dará no
território sergipano.
− Situação de abandono: as
ligações com a Bahia
foram cortadas.
− Sergipe tornou-se um campo de
batalha: não houve
efetiva colonização por parte dos
holandeses.
5. A RETOMADA DA CAPITANIA:
− Retomada pelos portugueses em
1640, caiu nas
mãos do inimigo um ano depois.
− a retomada definitiva
iniciou-se em 1645, quando os
portugueses conquistaram o forte
holandês do rio Real
e São Cristóvão foi sitiada, os
holandeses se renderam.
− Foi tomado também o forte de
Maurício.
− A expulsão definitiva ocorreu
em 1646 na batalha do
Urubu (atual Própria).
− Estava concluída a retomada do
território pela
colonização portuguesa e a
reinstalação do governo.
6. CONSEQUÊNCIAS:
− Retrocesso no processo de
colonização portuguesa
em Sergipe.
− Reforço do poder local e
desenvolvimento de um
sentimento de autonomia.
+ influência cultural holandesa:
− sobrenome: van der ley
(Wanderley) e Rollemberg.
− Marcas no fenótipo: os
“galegos” de Porto da Folha.
− Fabricação de requeijão.
− Brasão de armas: reiterava a
vitória flamenga sobre
os habitantes de Sergipe.
A
EMANCIPAÇÃO POLÍTICA DE SERGIPE
1.
PERÍODO PÓS-INVASÃO HOLANDESA:
− O período do domínio holandês
pode ter levado ao
reforço do poder local e criado
um sentimento de
autonomia.
− Período caracterizado pelas
lutas entre os poderes
locais e o governo que
representava os interesses da
Bahia.
• Domínio da Bahia:
* Exigências:
− Contribuição em homens e em
produtos (tabaco, gado).
* Conflitos de Jurisdição no
Campo Político:
+ os capitães-mores começam a
assumir funções que
eram da competência da Câmara
Municipal:
− Cobrança de impostos sobre o
gado.
− Os curraleiros são obrigados a
prestarem serviço militar.
− Novos impostos sobre o gado.
+ Reflexos:
− Conflitos com a Câmara.
− Deposições.
− Revoltas.
− Dificuldade no relacionamento
do governo da Bahia com
a Capitania de Sergipe: os
moradores de Sergipe
opunham-se ao governo baiano
devido às intervenções
constantes da Bahia na vida
sergipana.
2. COMARCA:
+ Em 1696, Sergipe se tornou
Comarca:
− Autonomia judiciária: Ouvidor.
− Continuava política e
economicamente subordinado à
Bahia: os conflitos entre as autoridades
de Sergipe e as
da Bahia persistiam.
3. ECONOMIA:
− A economia foi se recompondo
depois da devastação
provocada pela guerra com os
flamengos.
− O gado torna-se a principal
riqueza durante o século
XVII.
-− No século XVIII e primeiras
décadas do século XIX, a
economia açucareira consolida-se:
aumentam as
exportações do açúcar sergipano
pelo portos baianos
e cresce o número de engenhos.
− Sergipe adquire importância
econômica: açúcar,
gado, algodão, fumo, arroz,
mandioca.
4. OS GRUPOS SOCIAIS:
* O desejo de autonomia gerou
conflitos internos:
+ Senhores de engenho ligados aos
comerciantes de
Salvador e portugueses
estabelecidos em Salvador
desejavam que o território
continuasse sob domínio
baiano.
+ Os habitantes das cidades,
pequenos comerciantes,
funcionários públicos e senhores
de terras criadores
de gado.
5.
A INDEPENDÊNCIA DE SERGIPE:
• Decreto Real:
− Em 08 de julho de 1820, D. João
VI assinou o
decreto isentando Sergipe da
sujeição da Bahia.
− Em 25 de julho de 1820 uma
Carta Régia nomeou o
brigadeiro Carlos César
Burlamárqui para governar
Sergipe.
− Os serviços prestados por
Sergipe à causa real
durante a Revolução Pernambucana
de 1817.
− A grande prosperidade da
capitania de Sergipe no
setor açucareiro.
− Reforma político-administrativa
que o governo
efetuou em várias capitanias.
• A Reincorporação à Bahia:
− Em 1820, a Bahia aderiu à
Revolução
Constitucionalista do Porto e a
Junta Governativa que
assumiu o poder determinou a
reincorporação da
Comarca de Sergipe à Bahia.
− O capitão-mor Luiz Antonio da
Fonseca Machado
não acatou as ordens da Bahia e
deu posse a Carlos
César Burlamárqui.
− A Bahia envia tropas para São
Cristóvão e estas
depõem o primeiro governador de
Sergipe: Sergipe
volta a situação de dependência
em relação a Bahia.
• A Passagem de Labatut por
Sergipe:
* Independência do Brasil:
− As questões da autonomia de
Sergipe e a
independência do Brasil
confundem-se num mesmo
processo.
− A Bahia, através do brigadeiro
português Madeira de
Melo, não aceitou a separação do
Brasil de Portugal
nem a autoridade de D. Pedro I e
iniciou um
movimento armado contra a
Independência do Brasil.
− O capitão-mor de Sergipe,
brigadeiro Pedro Vieira,
era partidário do sistema
português dominante na
Bahia.
− D. Pedro I contrata os
mercenários Pedro Labatut e
Rodrigo de Lamare para impor a
nova ordem política
na província da Bahia.
− As tropas de Labatut
desembarcam em Maceió e
seguem, por terra e atravessando
o rio São Francisco,
sobre o território de Sergipe em
direção a Bahia.
• Objetivos:
− Cessar as hostilidades e a
adesão de Sergipe ao
Príncipe Regente: apoio a D.
Pedro.
− Atacar a Bahia.
• Adesões:
− Vila Nova (Neópolis).
− Laranjeiras.
− São Cristóvão: os adeptos de
Madeira de Melo
fugiram.
− Estância.
• Motivos do Êxito da Missão de
Labatut:
− o sentimento anti-lusitano da
população de Sergipe.
− a participação das tropas
comandadas por João
Dantas, capitão-mor das
ordenanças da vila de
Itapicuru (Cachoeira), que entrou
em Sergipe através de
Campos (Tobias Barreto) e avançou
vitorioso sobre
Santa Luzia e Lagarto.
− As negociações de Labatut
garantiram um acordo
entre os grupos emancipacionistas
e recolonizador,
cujos representantes dividiram
entre si a tarefa de
formação de um governo local
autônomo.
• A Integração de Sergipe ao
Estado Nacional:
− a autonomia de Sergipe foi
reconhecida por D. Pedro
I, em Carta Imperial de
05.12.1822.
− em 03.03.1823, realizou-se
missa festiva onde foi
aclamado D. Pedro I como
Imperador do Brasil: a partir
desta data Sergipe foi
efetivamente integrado ao Brasil
Independente.
SERGIPE
DURANTE O IMPÉRIO
1.
SITUAÇÃO POLÍTICA DURANTE O 1º REINADO:
• Partidos Políticos:
+ Liberal: defendendo o controle
local do poder e
representado socialmente pelos
senhores de terra e
gado e camadas médias urbanas.
+Corcunda: defendendo o controle
externo e
representante dos interesses dos
financiadores da
agroindústria açucareira em
Sergipe e representado
socialmente pelos grandes
senhores de açúcar e pelos
seus aliados, os portugueses
residentes em Sergipe.
− a política sergipana será
marcada pelo embate entre
as duas forças que representavam
os senhores de
terra.
− os senhores de terra dominavam
uma sociedade
basicamente rural e isolada em
termos de comunicação
dos centros mais adiantados da
região.
− as camadas populares não tinham
participação, mas
demonstravam resistência através
de fugas, invasões
de cidades, rebeliões, crimes,
protestos
• Eleições:
− Momentos violentos em que o
partido que ocupava o
poder manipulava a seu favor os
resultados.
− Eram disputas entre facções da
classe dominante,
cada uma imbuída do desejo de
controlar o poder e de
demonstrar força sobre sua
clientela.
• Reflexos da Confederação do
Equador (PE-1824):
− o presidente da província de
Sergipe foi deposto
acusado de simpatizar com os
republicanos
pernambucanos: esse episódio
contou com o apoio dos
Corcundas.
• Conflitos:
− Revolta dos índios de Pacatuba
(1827).
− Sublevação de escravos dos
engenhos da
Cotinguiba (1827).
• Reflexos da Abdicação de D.
Pedro I (1831):
− As autoridades ligadas aos corcundas
relutaram em
aclamar o sucessor Pedro II e
reprimiram as festas
populares.
− Animosidade contra os
portugueses.
− Uma representação “popular”,
apoiada pela tropa,
exigiu a demissão do Presidente
da Província e de
todos os portugueses que
exercessem cargos
públicos.
− O Presidente renunciou, foram
nomeadas novas
autoridades e todas as Câmaras
Municipais
aclamaram o novo Imperador.
2. CONTEXTO HISTÓRICO DURANTE O PERÍODO
REGENCIAL:
− Eleição para a primeira
Assembléia Provincial
(1825).
− O Partido Corcunda passou a
denominar-s de
Partido Legal.
• A Revolta de Santo Amaro
(1836):
+ Motivo:
− A derrota dos corcundas nas
eleições.
− A falsificação das atas da
eleição de Lagarto:
provocou a alteração do resultado
e contou com o
apoio do Presidente da Província
(Barão da
Cotinguiba).
− Protestos do Partido Legal
(Liberal).
+ O Conflito:
− O chefe Corcunda, Sebastião
Boto, cercou a vila de
Santo Amaro, um dos redutos de
resistência dos
liberais, fazendo fugir a
população que abandonou a
vila: 15.11.1836.
− foram arrombadas e saqueadas as
casas e mortos
os habitantes ainda ali
encontrados.
− as perseguições aos liberais
estendeu-se a outras
vilas, provocando fugas para a
Bahia e Alagoas.
+ Conseqüências:
− O Partido Liberal passou a ser
chamado
“Camundongo” e o Partido Corcunda
(Conservador)
de “Rapina”.
− A eleição foi anulada.
− O Presidente foi demitido.
− Os participantes do movimento
foram anistiados em
1837.
3. SERGIPE DURANTE O 2º REINADO:
− Rapinas e camundongos
revezaram-se quase
anualmente no controle do poder
provincial: seguindo
a política de revezamento de
partidos iniciada por D.
Pedro II.
− Bagaceira (1847): dissidência
do Partido
Camundongo liderada pelo Barão de
Maruim e pelo
Barão de Própria.
• A MUDANÇA DA CAPITAL (1855):
* Governo de Inácio Joaquim
Barbosa:
− o projeto modernizador de
Inácio Joaquim Barbosa,
em torno do qual congregaram-se
camondongos e
rapinas, é um reflexo da
Conciliação que estava
ocorrendo em nível nacional.
− Procurou racionalizar o
comércio do açúcar e livrá-lo
da tutela da Bahia.
− Promoveu a mudança da capital
da Província.
+ Motivos:
− Proximidade da região
economicamente mais
importante, a zona da Cotinguiba:
novo centro produtor
de açúcar.
− A decadência do vale do
Vasa-Barris: onde se situa
São Cristóvão.
− a nova capital seria uma cidade
portuária, o que
facilitava o escoamento do
açúcar.
+ Aracaju: Cidade Planejada.
− o plano urbanístico da cidade
foi elaborado por
Sebastião Pirro e consistia na
construção de uma
cidade traçada em forma de xadrez.
− Em 17 de março de 1855, Dr.
Inácio Barbosa
sancionou a Resolução nº 413 que
ficava elevado a
categoria de cidade o Povoado
Santo Antonio do
Aracaju, com a denominação de
cidade de Aracaju.
+ Manifestações Contrárias: −
Manifestações por parte da população de São Cristóvão no intuito de impedir a
saída das repartições públicas e críticas quanto às condições de habitação, higiene
e saúde da população que deveria ali se
estabelecer.− João Bebe Água. A
Origem do Nome Aracaju:
Hipóteses: corruptela. (corrupção) − Derivada
das palavras da língua tupi: ará (papagaio) e acayu (fruto do cajueiro) ®
“cajueiro dos papagaios”. − Aracaju significaria “lugar dos cajueiros” ®
cajueiral. − Derivada de ara (tempo, época, estação) e caju (fruto do
cajueiro). − Derivada do termo tupi areaiu. • Partidos Políticos: + o Partido
Rapina deixou de existir. + o Partido Camundongo dividiu-se: − Partido
Saquarema (Conservador): criado pelo Barão
de Maruim. − Partido
Liberal.Terminavam as antigas denominações locais.
4.
SERGIPE E A CRISE DO IMPÉRIO: Abolicionismo
e Republicanismo. − o movimento
abolicionista tomou força em Sergipe a partir de 1880, principalmente na cidade
de Laranjeiras (importante centro exportador de açúcar e maior centro urbano de
Sergipe). − O enforcamento em praça pública do líder negro João Mulungu, no
século XIX, responsável pela construção de um quilombo nas matas de Sergipe,
demonstra que a organização dos quilombos foi a principal forma de rebelião de
escravos no Brasil.
− O Jornal Horizonte era o
veículo divulgador de idéias
sobre educação popular e
implantação do trabalho livre.
− Surgiam reuniões, conferencias
e clubes para
discutir as novas idéias:
profissionais liberais oriundos
das camadas médias urbanas. − O
Jornal O Laranjeirense: órgão abolicionista e republicano. − Fundação do Clube
Republicano Federal Laranjeirense: Silvio Romero, Felisbelo Freire, Baltazar de
Góis, Josino Meneses. − Tanto conservadores quanto liberais aderiram ao regime
e ao Partido Republicano a partir de 15 de novembro de 1889. − A Proclamação da
República transferiu para Aracaju
o centro do movimento
republicano.
− Os republicanos, inexperientes
no exercício do
poder, serão sufocados na luta
com os velhos políticos
e com o poder militar. −
Felisbelo Freire foi escolhido como primeiro presidente (governador) do Estado.
5.
A CULTURA NO SÉCULO XIX:
− A população em geral era
iletrada, poucos
privilegiados sabiam ler e
escrever.
− Os filhos da elite continuavam
a estudar fora da
Província. − 1832: aparecimento
do primeiro jornal ®
Recompilador Sergipano. − Em
1835, surge o Noticiador Sergipense: que publica atos do Governo.
− A primeira biblioteca foi
fundada em 1848 em São
Cristóvão, depois transferida
para Aracaju.
− A Ponte do Imperador foi
construída no século XIX,
para servir de plataforma de
desembarque as
margens do rio Sergipe, quando da
visita de D. Pedro
II.
− Em 1870 foi criado o Atheneu
Sergipense.
− As primeiras manifestações
literárias na Província
surgem a partir de 1830.
− os primeiro literatos sergipanos
são poetas e só a
partir da década de 50 é que a
prosa começa a se
desenvolver.
− A produção literária sergipana
gira em torno das
tradições culturais de seu povo:
a história, lendas e
costumes.
− A partir da década de 60, o
drama, o romance e a
poesia crescem.
− Os intelectuais que se
projetaram foram os que
saíram da Província.
− Os livros nada falam sobre as
culturas de negros e
índios.
• Tobias Barreto (1839-1889):
− Famoso mestre sergipano da
Faculdade de Direito
do Recife.
− Criou uma espécie de escola
filosófica denominada
“Escola do Recife”: introdução no
Brasil das mais
modernas correntes filosóficas,
jurídicas e
sociológicas do mundo naqueles
tempos.
− Sólida influência nos meios
universitários da Bahia.
- Introdutor do germanismo na
cultura brasileira.
− Jurista, jornalista, poeta,
crítico musical e literário.
− Livro de Poesia: Dias e Noites.
Demais obras:
Estudos Alemães; Monografias em
Alemão; Crítica
Literária; Crítica da Religião;
Menores e loucos;
Questões vigentes; Estudos de
Direito; entre outras.
• Silvio Romero (1851-1914):
− Jornalista combativo,
parlamentar e critico literário:
discípulo de Tobias Barreto,
fundador da Academia
Brasileira de Letras e primeiro
historiador da Literatura
brasileira.
− As primeiras manifestações do
Folclore sergipano
foram assinaladas por Silvio
Romero: Cantos e Contos
Populares de Sergipe ® congada e
folias de reis.
− Obras: História da Literatura
Brasileira; Etnologia
Selvagem; Ensaios de Sociologia;
Interpretação
filosófica da crítica; entre
outras.
PERÍODO
REPUBLICANO
1.
A OLIGARQUIA OLIMPISTA (1900-10):
− No inicio do século XX, a
política sergipana registra
dois partidos majoritários:
+ Partido Republicano de Sergipe:
cabaús.
+ Partido Republicano Sergipense:
pebas.
• Olimpio Campos:
− tendo conseguido impor-se sobre
os velhos políticos
como líder dos cabaús, o
Monsenhor Olímpio Campos
foi presidente do Estado, indicou
os seus sucessores no
governo, influiu poderosamente na
eleição de
deputados elegeu-se senador.
− Nos municípios também eram
eleitas sempre pessoas
ligadas ao Monsenhor e os
empregos públicos eram
distribuídos entre os seus
correligionários.
− Manteve controladas as classes
subalternas através
do esquema de poder e repressão,
apoiado pelos
coronéis.
− Procurou contentar as classes
dominantes,
principalmente aos senhores de
engenho, com um
plano de recuperação da economia
açucareira.
• Revolta de Fausto Cardoso
(1906): + Definição: − Golpe para derrubar o governo olimpista.
+ Motivos: − A longa permanência
dos olimpistas no poder.
− A formação de um grupo mais
radical da oposição.
− A criação do Partido
Progressista: oposição radical ao
olimpismo. − causa imediata: a
visita, pela primeira vez depois de
eleito, do deputado federal
Fausto Cardoso. + O Movimento:
− No dia 10.08.1906, um contingente
da Polícia Militar
tomava o Palácio do Governo e
depunha o presidente
Guilherme Campos.
− Formou-se um novo governo com
membros (camadas
médias urbanas) do Partido
Progressista.
− O movimento começou em Aracaju,
mas espalhou-se
por Maruim, Itabaiana, N. S. das
Dores, Laranjeiras,
Rosário, Itaporanga, Propriá,
Divina Pastora, Capela,
Riachuelo e Japaratuba.
+ A Intervenção Federal:
− Em 28.08.1906, o governo
federal enviou uma força
interventora para Sergipe, que
depôs os progressistas,
retomou todas as sedes municipais
e repôs o olimpista
Guilherme Campos na presidência
do Estado.
− Fausto Cardoso foi assassinado
durante os embates
militares da intervenção.
® Dois meses depois, os filhos de
Fausto Cardoso
assassinaram Olimpio Campos no
Rio de Janeiro.
2. O GOVERNO GRACCHO CARDOSO
(1922-26):
− Fazia parte do grupo político
que dominou Sergipe
de 1910 a 1930: o PRC (Partido
Republicano
Conservador).
+ procurou modernizar a capital e
atingiu em certa
medida o interior do Estado:
− Saneamento.
− Abastecimento de água.
− Urbanização e embelezamento.
− Construção de estradas, pontes
e escolas no
interior.
• Revolta de 13 de Julho (1924):
− Movimento tenentista em Sergipe
que promoveu a
deposição de Graccho Cardoso
aderindo à revolta
movida em São Paulo para depor o
presidente da
república Artur Bernardes.
+ Motivos:
− A crise política vivida pelo
Brasil em âmbito nacional.
− a presença no 28º BC de
oficiais implicados na
revolta do Forte de Copacabana
(RJ): foco de
propaganda do antibernardismo ®
oposição ao
Governo Federal.
− causa imediata: a participação
de tropas do 28ºBC
na deposição do governo baiano J.
J. Seabra,
indignou os oficiais sergipanos,
que se sentiram
instrumentos da política
vingativa e arbitrária do
Presidente da República.
+ O Movimento:
− os militares depuseram Graccho
Cardoso e tomaram
as cidades de Aracaju,
Carmópolis, Rosário,
Japaratuba, Itaporanga e São
Cristóvão.
+ Repressão Federal:
− Os militares foram
violentamente derrotados pelas
forças militares e pelas tropas
formadas pelos
“coronéis” sergipanos.
+ Conseqüências:
− a violenta repressão gerou
grande
descontentamento e dividiu a
sociedade sergipana em
vencidos e vencedores.
− Desgastou o governo de Graccho
Cardoso e o
tornou cada vez mais submisso ao
Governo Federal e
aos “coronéis”.
• Revolta de Augusto Maynard
(19.01.1926):
+ Motivos:
− A repressão aos movimentos
tenentistas.
− A passagem da Coluna Prestes
pelo Nordeste.
+ O Movimento:
− Fugindo da prisão, o tenente
Augusto Maynard
Gomes, comandou uma operação que
a partir do
controle do 28ºBC, tentou tomar o
Quartel de Polícia e
depor o governo.
+ A Repressão:
− Graccho Cardoso mobilizou as
forças legais ao
governo: Augusto Maynard foi
ferido e os tenentes
pediram rendição.
3. A REVOLUÇÃO DE 30 EM SERGIPE:
− Sergipe não se incorporou dessa
vez desde os
primeiros momentos à revolução.
− em 16.10.1930, o manifesto de
Juarez Távora e as
tropas revolucionárias foram
recebidas festivamente na
cidade.
− Augusto Maynard foi indicado
como Interventor
Federal de Sergipe.
4. O GOVERNO DE SEIXAS DÓREA
(1962-1964):
− Incorporou-se à luta pelas
reformas de base do
presidente João Goulart.
− Participou do comício do 13 de
maio no Rio, no qual
anunciou a realização da reforma
agrária para Sergipe.
® Essas atitudes provocaram
inquietação nos grupos
conservadores.
® O golpe militar de 31 de março
de 1964, que
derrubou João Goulart, também
depôs Seixas Dórea.
7.
BIBLIOGRAFIA:
O presente texto é composto por
transcrições textuais
de:
1.AGUIAR, Fernando. Pré-História
de Sergipe. Apostila.
2.Apostila Cultura Sergipana para
Concursos. Ed.
Aspas.
3.Textos e fotos extraídos do
site UFS-PAX-MAX.
4.Textos extraídos do site
Infonet-Cidades de Sergipe.
5.Jornal da Cidade, Aracaju, 7-8
nov. 1999. Caderno
Cidades, p.4.
6.DINIZ, Diana M. F. Leal (coordenadora).
Textos para
a História de Sergipe. UFS. 1991.
7.Informe UFS, São Cristóvão,
n.242, p.4-5,21 out.
1999, Francisco José Alves.
Aracaju (SE)
http://www.vestibularseriado.com.br/