HISTÓRIA
DE SERGIPE
PROF. ADAILTON ANDRADE
PRÉ-HISTÓRIA
AS CULTURAS
PRÉ-HISTÓRICAS:
dentre as suas comunidades
pré-históricas:
• Cultura Canindé ou Xingó: − Com
datações a partir de 5.000 a.C. − Os sítios arqueológicos encontram-se
localizados em áreas do Baixo São Francisco, no canyon, no município de Nova
Canindé − Sítios: São José e Justino. − Material lítico: lascas, facas,
raspadores, machados polidos. − Material ósseo: esqueletos e adornos. −
Material cerâmico: associado a ritos funerários, potes, tigelas, panelas. −
Arte rupestre: gravuras (figuras geométricas) e pinturas (desenhos individualizados)
· localizadas em abrigos dos paredões do canyon. − Fogueiras. − Restos
faunísticos: moluscos, anfíbios, répteis, aves, peixes e mamíferos. − Os
primeiros habitantes: grupos caçadores-coletores chegaram na região por volta
de 5.000 a.C. e ocuparam áreas que hoje são identificadas como terraços e
ilhas, atraídos pela presença abundante de água (rio) seriam oriundos provavelmente do planalto
goiano, das cabeceiras do Alto São Francisco e pela ampla rede de afluentes do
SO da Bahia que deságuam nesse rio (essa hipótese é justificada pelas ocupações
muito antigas encontradas nessa área) atividades:
caça, coleta e a pesca/catação de mariscos. Sepultamentos: enterramentos primários
efetuados diretamente no solo e acompanhado de mobiliário funerário (adornos,
instrumentos, cerâmica, fogueiras, alimentos). Tradição Aratu: Presente em grande parte dos
sítios arqueológicos sergipanos. Datação: séculos V ao XVII d.C Localização: toda a faixa litorânea, norte de
Pacatuba e Sul de Cristinapólis. Sítio:
Fortuna, no município de Divina Pastora Aldeamentos próximos a riachos
afluentes e em área de floresta. Atividades: caça e coleta. Sepultamentos secundários (urnas funerárias) e
acompanhado de mobiliário funeral (artefatos pessoais: machados polidos,
adornos, tigelas). Tradição
Tupi-guarani:
Datação: a partir do século XIX recente.
Ocuparam áreas litorâneas próximas
aos rios e
florestas: bacia do São Francisco,
Japaratuba, Sergipe, Vaza-Barris, Piauí e Real. Belicosidade e uso de canoas. Artefatos:
cerâmicos (cachimbos) e líticos (polidores, afiadores, machados polidos).
Atividades: caça, pesca, mandioca. Sepultamentos:
secundário e com mobiliário de sepultamento.
OS ÍNDIOS EM SERGIPE
1. TRIBOS:
• Línguas: Tupi e Macro-Jê. Tribos:
xocós, aramurus, carapotós, kaxagó, natu (nas margens do rio São Francisco),
tupinambás, caetés e boimés (região litorânea), aramaris, abacatiaras e ramaris
(no interior, próximo da região da serra de Itabaiana), kiriris ou cariris
(região centro-sul, entre os rios Reale Itamirim). Resistência: lutaram para defender suas terras
diante dos invasores portugueses ® líderes: Baopeba (apelidado de Serigy),
Aperipê, Surubi, Siriri, Japaratuba. Atuais Remanescentes: Xocós ® localizados
na ilha de São Pedro no município de Porto da Folha, `as margens do rio São
Francisco: Caiçara. Parte de suas terras
foi tomada pelos grandes donos de terras. Continuam lutando para sobreviver e
conservar a terra que sobrou para eles.
PERÍODO PRÉ-COLONIAL
PRIMEIROS CONTATOS
COM OS BRANCOS EUROPEUS:
O litoral do atual território de Sergipe, localizado
entre o rio São Francisco e o rio Real, foi visitado inicialmente pelos
portugueses que integravam a expedição guarda costeira de Gaspar de Lemos em
1501. Estabeleceram contatos com os índios em terra firme. − Os franceses
iniciam o escambo com os índios: paubrasil, pimenta e algodão.
PERÍODO COLONIAL
O INÍCIO DA
COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO BRASIL:
Em 1531, Martim Afonso de Souza
também visitou o litoral sergipano e entrou em contato com os índios. − Os
franceses continuavam interessados nas riquezas desse território e mantinham um
bom relacionamento com os índios. − Em 1534, o atual território sergipano
passou a fazer parte da Capitania da Bahia, doada pelo rei D. João III a Francisco
Pereira Coutinho. − A partir de 1549, com a instalação do Governo Geral em
Salvador, a Capitania da Bahia foi comprada do herdeiro de Francisco Pereira
Coutinho e transformada em Capitania Real.
A CATEQUESE DOS
ÍNDIOS
OS JESUÍTAS:
A catequese iniciou-se a partir de
1575 com os
padres jesuítas Gaspar Lourenço e
João Salônio. Fundaram as aldeias (igrejas) de São Tomé (rio
Piauí), Santo Inácio (Vasa-Barris)
e de São Paulo (rio Real). − Os jesuítas, no início, conseguiram atrair os
índios para a catequese. • Fracasso da Catequese: − Os soldados que vieram
proteger os padres começaram a praticar violência nas aldeias dos índios, roubando
produtos das roças e raptando as mulheres. − Os índios, revoltados, expulsaram
os padres e os soldados de suas aldeias.
A CONQUISTA DE
SERGIPE
MOTIVOS:
O interesse em tomar posse das terras dos índios
eescravizá-los. Ligar por terra a Capitania da Bahia à de Pernambuco:
importantes centros coloniais produtores de açúcar. Criar gado e plantar cana-de-açúcar. Expulsar os franceses que praticavam o escambo
com os índios. Explorar minérios no Sertão: prata, ferro, salitre, nitrato de
potássio. A conquista de Sergipe atendia aos interesses do
Governo português e dos fazendeiros
de gado e
senhores de engenho da Bahia.
A
PRIMEIRA TENTATIVA DE CONQUISTA
(1575):
Comandada pelo governador Luis de
Brito. Pretexto da Invasão: a justificativa era punir os índios por terem abandonado
a catequese e expulsado os padres jesuítas. Características: Invasão militar e violenta: destruição e
mortes. Nas lutas, morreu o cacique
Surubi. Aprisionamento de índios: foram
levados para a Bahia ® a maioria morreu devido as maus tratos e doenças. Fracasso:
Apesar da destruição e do massacre, a invasão foi um fracasso, pois não deixou
aqui um marco (sinal) de conquista, ou seja, não deu inicio a colonização. O número de índios escravizados foi pequeno.
3. A CONQUISTA DE
SERGIPE (1590):
Comandada por
Cristóvão de Barros. Foi estabelecida uma guerra de extermínio contra os índios.
As aldeias foram massacradas e,
finalmente, o território conquistado. Fundação da cidade de São Cristóvão
(01.01.1590)
na Barra do rio Sergipe, no atual território de
Aracaju: marco da integração de Sergipe a colonização portuguesa. Foram edificados uma Igreja, um Presídio e um Arsenal
de armas.
Iniciava-se a colonização de Sergipe: Tomé da Rocha foi
escolhido para ser o capitão-mor da nova capitania.
4. A ORIGEM DO NOME
SERGIPE:
• Hipóteses: No início esse
território era chamado de “Os Sertões do Rio Real”. Teria derivado das
modificações (corruptela) do nome Siriípe (“rio dos Siris”): sirigi sirigipe seregipe
Sergipe. Seria para distinguir de uma localidade baiana chamada de
Sergipe do Conde: daí o nome Sergipe Del Rey (pelo fato de que a conquista de
Sergipe foi efetuada por ordem régia e à custa da Coroa). Cacique Serigy ou Serigipy o seu nome foi transformado em Sergipe.
5.AS TRANSFERÊNCIAS
DE LUGAR DA CIDADE DE
SÃO CRISTÓVÃO:
Motivos: Ficar longe
dos ataques dos franceses.
Proximidade das primeiras fazendas e engenhos.
Transferências:
1596: para uma colina próxima ao Rio Poxim. 1610: para o local atual: nas
margens do rio Paramopama (afluente do rio Vasa-Barris), distante 24 Km do
litoral.
A COLONIZAÇÃO DE
SERGIPE
1. DIFICULDADES:
Ataques franceses: só a partir de 1601, os
franceses foram definitivamente expulsos de Sergipe. Ataques de índios: que
resistiam a ocupação de suas terras.
2. DOAÇÃO DE
SESMARIAS:
A ocupação do litoral do território
ocorreu do Sul para o Norte. − Outras vilas foram fundadas na região do rio
Real e do rio Piauí, no sul da capitania, e nas terras banhadas pelos rios
Vaza-Barris, Cotinguiba e Sergipe, no norte da capitania.
3. ATIVIDADES
ECONÔMICAS:
Criação de Gado: Principal atividade econômica
da capitania. Ocupação do interior. Latifundiária: é marcante a presença dos
Garcia D’Ávila Conde da Torre. Tinha como finalidade abastecer a Bahia.
Cana-de-açúcar: Introduzida a partir de 1602. − Sistema de ”plantation”.Surgimento
de alguns engenhos. Minas: metais preciosos Foram realizadas explorações à
procura de minas
no território da capitania,
realizadas por Belchior Dias Moreya, Rubélio Dias, Gabriel Soares e Marcos Ferreira:
rio das Pedras e Serra de Itabaiana. Nunca se constatou a existência de metais preciosos.
OS HOLANDESES EM
SERGIPE
MOTIVOS:
Garantia de alimentos (carne e farinha)
e de montarias (cavalos). Controle das jazidas de salitre no sertão. Servir
como zona de proteção ao avanço dos portugueses e espanhóis vindos da
Bahia para expulsá-los de
Pernambuco.
2. OBJETIVOS:
Recolher os rebanhos sergipanos. Construir
fortes no território. Controlar a cidade
de São Cristóvão. Atacar Salvador.
3. A INVASÃO:
Em 1637, as tropas da Companhia das
Índias
Ocidentais, sediadas no forte de
Maurício (atual
Penedo) e comandadas por Sesgimundo
Van Schoppke, cruzaram o rio São Francisco e iniciaram a invasão. A Retirada de
Bagnuolo: o comandante das tropas portuguesas, o conde Bagnuolo, mandou
incendiar os poucos engenhos,
canaviais e própria cidade de São
Cristóvão, além de matar milhares de cabeças de gado: política da “terra arrasada”
(não deixar nada que pudesse favorecer o invasor) e ordenou a fuga da população
para trás do rio Real. Os holandeses terminaram a destruição do que restou:
saques e incêndios.
4. SITUAÇÃO DE
SERGIPE DURANTE A INVASÃO:
O enfrentamento entre a defesa
portuguesa e o
avanço holandês em direção à Bahia
se dará no
território sergipano. Situação de abandono: as ligações com a Bahia foram
cortadas.
Sergipe tornou-se um campo de batalha: não houve efetiva
colonização por parte dos holandeses.
5. A RETOMADA
DA CAPITANIA:
Retomada pelos portugueses em 1640,
caiu nas mãos do inimigo um ano depois. a retomada definitiva iniciou-se em
1645, quando os portugueses conquistaram o forte holandês do rio Real e São
Cristóvão foi sitiada, os holandeses se renderam. Foi tomado também o forte de
Maurício.A expulsão definitiva ocorreu em 1646 na batalha do Urubu (atual
Própria). Estava concluída a retomada do
território pela
colonização portuguesa e a reinstalação do governo.
6. CONSEQUÊNCIAS:
Retrocesso no processo de colonização
portuguesa em Sergipe. Reforço do poder
local e desenvolvimento de um sentimento de autonomia.
influência cultural holandesa: sobrenome: van
der ley (Wanderley) e Rollemberg. Marcas no fenótipo: os “galegos” de Porto da
Folha. Fabricação de requeijão. Brasão de armas: reiterava a vitória flamenga
sobre os habitantes de Sergipe.
A EMANCIPAÇÃO
POLÍTICA DE SERGIPE
1. PERÍODO
PÓS-INVASÃO HOLANDESA:
− O período do domínio holandês
pode ter levado ao reforço do poder local e criado um sentimento de autonomia. Período caracterizado pelas lutas entre os
poderes locais e o governo que representava os interesses da Bahia. Domínio da
Bahia: Exigências: Contribuição em homens e em produtos (tabaco, gado). Conflitos
de Jurisdição no Campo Político: os
capitães-mores começam a assumir funções que eram da competência da Câmara
Municipal: Cobrança de impostos sobre o gado. Os curraleiros são obrigados a
prestarem serviço militar. Novos impostos sobre o gado. Reflexos: Conflitos com a Câmara. Deposições. Revoltas. Dificuldade no relacionamento do
governo da Bahia com a Capitania de Sergipe: os moradores de Sergipe opunham-se
ao governo baiano devido às intervenções constantes da Bahia na vida sergipana.
2. COMARCA:
Em 1696, Sergipe se tornou Comarca: Autonomia
judiciária: Ouvidor. Continuava política e economicamente subordinado à Bahia:
os conflitos entre as autoridades de Sergipe e as da Bahia persistiam.
3. ECONOMIA:
A economia foi se recompondo depois
da devastação provocada pela guerra com os flamengos. O gado torna-se a
principal riqueza durante o século XVII. No século XVIII e primeiras décadas do
século XIX, a economia açucareira consolida-se: aumentam as exportações do
açúcar sergipano pelo portos baianos e cresce o número de engenhos. Sergipe
adquire importância econômica: açúcar, gado, algodão, fumo, arroz, mandioca.
4. OS GRUPOS
SOCIAIS:
* O desejo de autonomia gerou
conflitos internos:
+ Senhores de engenho ligados aos
comerciantes de Salvador e portugueses estabelecidos em Salvador desejavam que
o território continuasse sob domínio baiano. Os habitantes das cidades,
pequenos comerciantes, funcionários públicos e senhores de terras criadores de
gado.
5. A INDEPENDÊNCIA DE
SERGIPE:
Decreto Real: Em 08 de julho de
1820, D. João VI assinou o decreto isentando Sergipe da sujeição da Bahia. Em
25 de julho de 1820 uma Carta Régia nomeou o brigadeiro Carlos César
Burlamárqui para governar Sergipe. Os serviços prestados por Sergipe à causa
real durante a Revolução Pernambucana de 1817. A grande prosperidade da capitania de Sergipe
no setor açucareiro. Reforma político-administrativa que o governo efetuou em
várias capitanias. A Reincorporação à Bahia:
Em 1820, a Bahia aderiu à Revolução Constitucionalista
do Porto e a Junta Governativa que assumiu o poder determinou a reincorporação
da Comarca de Sergipe à Bahia. O capitão-mor Luiz Antonio da Fonseca Machado não
acatou as ordens da Bahia e deu posse a Carlos César Burlamárqui. A Bahia envia
tropas para São Cristóvão e estas depõem o primeiro governador de Sergipe:
Sergipe volta a situação de dependência em relação a Bahia. A Passagem de
Labatut por Sergipe: Independência do
Brasil: As questões da autonomia de
Sergipe e a independência do Brasil confundem-se num mesmo processo. A Bahia,
através do brigadeiro português Madeira de Melo, não aceitou a separação do
Brasil de Portugal nem a autoridade de D. Pedro I e iniciou um movimento armado
contra a Independência do Brasil. O capitão-mor de Sergipe, brigadeiro Pedro
Vieira, era partidário do sistema português dominante na Bahia. D. Pedro I
contrata os mercenários Pedro Labatut e Rodrigo de Lamare para impor a nova
ordem política na província da Bahia. As tropas de Labatut desembarcam em
Maceió e
seguem, por terra e atravessando o
rio São Francisco, sobre o território de Sergipe em direção a Bahia. •
Objetivos: Cessar as hostilidades e a
adesão de Sergipe ao Príncipe Regente: apoio a D. Pedro. Atacar a Bahia. • Adesões: Vila Nova
(Neópolis). Laranjeiras. São Cristóvão:
os adeptos de Madeira de Melo fugiram. Estância. Motivos do Êxito da Missão de
Labatut: o sentimento anti-lusitano da população de Sergipe. a participação das tropas comandadas por João Dantas,
capitão-mor das ordenanças da vila de Itapicuru (Cachoeira), que entrou em
Sergipe através de Campos (Tobias Barreto) e avançou vitorioso sobre Santa
Luzia e Lagarto. As negociações de Labatut garantiram um acordo entre os grupos
emancipacionistas e recolonizador, cujos representantes dividiram entre si a
tarefa de
formação de um governo local autônomo.
A Integração de Sergipe ao Estado Nacional: a
autonomia de Sergipe foi reconhecida por D. Pedro I, em Carta Imperial de
05.12.1822. em 03.03.1823, realizou-se missa festiva onde foi aclamado D. Pedro
I como Imperador do Brasil: a partir desta data Sergipe foi efetivamente
integrado ao Brasil Independente.
SERGIPE DURANTE O
IMPÉRIO
SITUAÇÃO POLÍTICA
DURANTE O 1º REINADO:
Partidos Políticos: Liberal: defendendo o
controle local do poder e representado socialmente pelos senhores de terra e gado
e camadas médias urbanas. Corcunda: defendendo o controle externo e representante
dos interesses dos financiadores da agroindústria açucareira em Sergipe e
representado socialmente pelos grandes senhores de açúcar e pelos seus aliados,
os portugueses residentes em Sergipe. a política sergipana será marcada pelo
embate entre as duas forças que representavam os senhores de terra. os senhores de terra dominavam uma sociedade basicamente
rural e isolada em termos de comunicação dos centros mais adiantados da região.
as camadas populares não tinham participação, mas demonstravam resistência
através de fugas, invasões de cidades, rebeliões, crimes, protestos • Eleições:
Momentos violentos em que o partido que ocupava o poder manipulava a seu favor
os resultados. Eram disputas entre
facções da classe dominante, cada uma imbuída do desejo de controlar o poder e
de demonstrar força sobre sua clientela. • Reflexos da Confederação do Equador
(PE-1824): o presidente da província de Sergipe foi deposto acusado de
simpatizar com os republicanos pernambucanos: esse episódio contou com o apoio
dos Corcundas. Conflitos: Revolta dos
índios de Pacatuba (1827). Sublevação de
escravos dos engenhos da Cotinguiba (1827). Reflexos da Abdicação de D. Pedro I (1831): As
autoridades ligadas aos corcundas relutaram em aclamar o sucessor Pedro II e
reprimiram as festas populares. Animosidade contra os portugueses. Uma
representação “popular”, apoiada pela tropa, exigiu a demissão do Presidente da
Província e de todos os portugueses que exercessem cargos
públicos. O Presidente renunciou, foram nomeadas novas autoridades
e todas as Câmaras Municipais aclamaram o novo Imperador.
2. CONTEXTO HISTÓRICO
DURANTE O PERÍODO REGENCIAL:
Eleição para a primeira Assembléia Provincial
(1825). O Partido Corcunda passou a denominar-s de Partido
Legal. : A Revolta de Santo Amaro (1836): Motivo: A derrota dos corcundas nas eleições. A falsificação das atas da eleição de Lagarto:
provocou a alteração do resultado e contou com o apoio do Presidente da
Província (Barão da Cotinguiba). Protestos do Partido Legal (Liberal). O Conflito: O chefe Corcunda, Sebastião Boto,
cercou a vila de Santo Amaro, um dos redutos de resistência dos liberais,
fazendo fugir a população que abandonou a vila: 15.11.1836. foram arrombadas e saqueadas as casas e mortos
os habitantes ainda ali encontrados.
as perseguições aos liberais estendeu-se a
outras
vilas, provocando fugas para a Bahia
e Alagoas.
Conseqüências: O Partido Liberal passou a ser
chamado“Camundongo” e o Partido Corcunda (Conservador) de “Rapina”.A eleição
foi anulada.
O Presidente foi demitido. Os participantes do movimento foram anistiados
em
1837.
3. SERGIPE DURANTE O
2º REINADO:
Rapinas e camundongos revezaram-se quase
anualmente no controle do poder
provincial: seguindo a política de revezamento de partidos iniciada por D. Pedro
II. Bagaceira (1847): dissidência do
Partido Camundongo liderada pelo Barão de Maruim e pelo Barão de Própria.
• A MUDANÇA DA
CAPITAL (1855):
Governo de Inácio Joaquim Barbosa: o
projeto modernizador de Inácio Joaquim Barbosa, em torno do qual congregaram-se
camondongos e rapinas, é um reflexo da Conciliação que estava ocorrendo em nível
nacional. Procurou racionalizar o comércio do açúcar e livrá-lo da tutela da
Bahia. Promoveu a mudança da capital da Província. Motivos: Proximidade da região economicamente mais importante,
a zona da Cotinguiba: novo centro produtor de açúcar. A decadência do vale do
Vasa-Barris: onde se situa São Cristóvão.a nova capital seria uma cidade
portuária, o que facilitava o escoamento do açúcar. Aracaju: Cidade Planejada.
o plano urbanístico da cidade foi elaborado por Sebastião Pirro e consistia na
construção de uma cidade traçada em forma de xadrez. Em 17 de março de 1855, Dr. Inácio Barbosa sancionou
a Resolução nº 413 que ficava elevado a categoria de cidade o Povoado Santo
Antonio do Aracaju, com a denominação de cidade de Aracaju. Manifestações
Contrárias: Manifestações por parte da
população de São Cristóvão no intuito de impedir a saída das repartições públicas
e críticas quanto às condições de habitação, higiene e saúde da população que
deveria ali se estabelecer. João Bebe
Água. A Origem do Nome Aracaju: Hipóteses:
corruptela. (corrupção) Derivada das
palavras da língua tupi: ará (papagaio) e acayu (fruto do cajueiro) ® “cajueiro
dos papagaios”. − Aracaju significaria “lugar dos cajueiros” ® cajueiral. −
Derivada de ara (tempo, época, estação) e caju (fruto do cajueiro). Derivada do
termo tupi areaiu. • Partidos Políticos:
o Partido Rapina deixou de existir. O Partido Camundongo dividiu-se:
− Partido Saquarema (Conservador):
criado pelo Barão de Maruim. − Partido Liberal. Terminavam as antigas denominações locais.
4.
SERGIPE E A CRISE DO IMPÉRIO:
Abolicionismo e Republicanismo. − o movimento abolicionista tomou força em
Sergipe a partir de 1880, principalmente na cidade de Laranjeiras (importante
centro exportador de açúcar e maior centro urbano de Sergipe). O enforcamento em praça pública do líder negro
João Mulungu, no século XIX, responsável pela construção de um quilombo nas
matas de Sergipe, demonstra que a organização dos quilombos foi a principal
forma de rebelião de escravos no Brasil.
O Jornal Horizonte era o veículo
divulgador de idéias sobre educação popular e implantação do trabalho livre. −
Surgiam reuniões, conferencias e clubes para discutir as novas idéias:
profissionais liberais oriundos das camadas médias urbanas.
O Jornal O Laranjeirense: órgão abolicionista
e
Republica no. Fundação do Clube
Republicano Federal Laranjeirense: Silvio Romero, Felisbelo Freire, Baltazar de
Góis, Josino Meneses. Tanto conservadores quanto liberais aderiram ao regime e
ao Partido Republicano a partir de 15 de novembro de 1889. A Proclamação da República transferiu para
Aracaju o centro do movimento republicano. Os republicanos, inexperientes no exercício do
poder, serão sufocados na luta com os velhos políticos e com o poder militar. Felisbelo Freire foi escolhido como primeiro presidente
(governador) do Estado.
.
A CULTURA NO SÉCULO
XIX:
A população em geral era iletrada,
poucos
privilegiados sabiam ler e
escrever. Os filhos da elite continuavam a estudar fora da Província.
1832: aparecimento do primeiro jornal Recompilador Sergipano. Em 1835, surge o
Noticiador Sergipense: que publica atos do Governo. A primeira biblioteca foi fundada em 1848 em
São Cristóvão, depois transferida para Aracaju. A Ponte do Imperador foi
construída no século XIX, para servir de plataforma de desembarque as margens
do rio Sergipe, quando da visita de D. Pedro II. Em 1870 foi criado o Atheneu
Sergipense. As primeiras manifestações literárias na Província surgem a partir
de 1830.
os primeiro literatos sergipanos
são poetas e só a
partir da década de 50 é que a
prosa começa a se
desenvolver. A produção literária
sergipana gira em torno das tradições culturais de seu povo: a história, lendas
e costumes. A partir da década de 60, o
drama, o romance e a poesia crescem. Os intelectuais que se projetaram foram os
que saíram da Província. Os livros nada falam sobre as culturas de negros e índios.
• Tobias Barreto (1839-1889): Famoso mestre sergipano da Faculdade de Direito do
Recife. Criou uma espécie de escola filosófica denominada “Escola do Recife”:
introdução no Brasil das mais modernas correntes filosóficas, jurídicas e sociológicas
do mundo naqueles tempos. Sólida influência nos meios universitários da Bahia. Introdutor
do germanismo na cultura brasileira. Jurista, jornalista, poeta, crítico
musical e literário. Livro de Poesia:
Dias e Noites. Demais obras:Estudos Alemães; Monografias em Alemão; Crítica Literária;
Crítica da Religião; Menores e loucos; Questões vigentes; Estudos de Direito;
entre outras. • Silvio Romero (1851-1914): Jornalista combativo, parlamentar e
critico literário: discípulo de Tobias Barreto, fundador da Academia Brasileira
de Letras e primeiro historiador da Literatura brasileira. As primeiras
manifestações do Folclore sergipano foram assinaladas por Silvio Romero: Cantos
e Contos Populares de Sergipe ® congada e folias de reis Obras: História da
Literatura Brasileira; Etnologia Selvagem; Ensaios de Sociologia; Interpretação
filosófica da crítica; entre outras.
PERÍODO REPUBLICANO
A OLIGARQUIA
OLIMPISTA (1900-10):
No inicio do
século XX, a política sergipana registra dois partidos majoritários: Partido Republicano
de Sergipe: cabaús. Partido Republicano
Sergipense: pebas. Olimpio Campos:
tendo conseguido impor-se sobre os
velhos políticos como líder dos cabaús, o Monsenhor Olímpio Campos foi
presidente do Estado, indicou os seus sucessores no governo, influiu
poderosamente na eleição de deputados elegeu-se senador. Nos municípios também
eram eleitas sempre pessoas ligadas ao Monsenhor e os empregos públicos eram distribuídos
entre os seus correligionários.Manteve controladas as classes subalternas
através do esquema de poder e repressão, apoiado pelos coronéis.Procurou
contentar as classes dominantes, principalmente aos senhores de engenho, com um
plano de recuperação da economia açucareira. Revolta de Fausto Cardoso (1906): Definição: Golpe para derrubar o governo
olimpista. Motivos: A longa permanência dos olimpistas no poder. A formação de
um grupo mais radical da oposição.
A criação do Partido Progressista:
oposição radical ao olimpismo. causa
imediata: a visita, pela primeira vez depois de eleito, do deputado federal
Fausto Cardoso. O Movimento: No dia 10.08.1906, um contingente da Polícia
Militar tomava o Palácio do Governo e depunha o presidente Guilherme Campos. Formou-se um novo governo com membros (camadas
médias urbanas) do Partido Progressista. O movimento começou em Aracaju, mas
espalhou-se por Maruim, Itabaiana, N. S. das Dores, Laranjeiras, Rosário,
Itaporanga, Propriá, Divina Pastora, Capela, Riachuelo e Japaratuba.
A Intervenção Federal: Em 28.08.1906, o governo federal enviou uma
força interventora para Sergipe, que depôs os progressistas, retomou todas as
sedes municipais e repôs o olimpista Guilherme Campos na presidência do Estado.
Fausto Cardoso foi assassinado durante os embates militares da intervenção.
Dois meses depois, os filhos de Fausto Cardoso assassinaram Olimpio Campos no
Rio de Janeiro.
2. O GOVERNO
GRACCHO CARDOSO (1922-26):
Fazia parte do grupo político que
dominou Sergipe
de 1910 a 1930: o PRC (Partido
Republicano
Conservador). procurou modernizar a capital e atingiu em
certa medida o interior do Estado:
Saneamento. Abastecimento de
água.Urbanização e embelezamento. Construção de estradas, pontes e escolas no interior.
Revolta de 13 de Julho (1924): Movimento tenentista em Sergipe que promoveu a
deposição de Graccho Cardoso
aderindo à revolta
movida em São Paulo para depor o
presidente da
república Artur Bernardes. Motivos:
A crise política vivida pelo Brasil em âmbito nacional. a presença no 28º BC de
oficiais implicados na revolta do Forte de Copacabana (RJ): foco de propaganda
do antibernardismo ® oposição ao Governo Federal. causa imediata: a
participação de tropas do 28ºBC na deposição do governo baiano J. J. Seabra, indignou
os oficiais sergipanos, que se sentiram instrumentos da política vingativa e
arbitrária do Presidente da República. O Movimento: os militares depuseram
Graccho Cardoso e tomaram as cidades de Aracaju, Carmópolis, Rosário, Japaratuba,
Itaporanga e São Cristóvão. Repressão Federal: Os militares foram violentamente
derrotados pelas forças militares e pelas tropas formadas pelos “coronéis”
sergipanos. Conseqüências: a violenta
repressão gerou grande descontentamento e dividiu a sociedade sergipana em vencidos
e vencedores. Desgastou o governo de
Graccho Cardoso e o tornou cada vez mais submisso ao Governo Federal e aos
“coronéis”. • Revolta de Augusto Maynard (19.01.1926): Motivos: A repressão aos
movimentos tenentistas. A passagem da Coluna Prestes pelo Nordeste.O Movimento:
Fugindo da prisão, o tenente Augusto Maynard Gomes, comandou uma operação que a
partir do controle do 28ºBC, tentou tomar o Quartel de Polícia e depor o
governo. A Repressão: Graccho Cardoso
mobilizou as forças legais ao governo: Augusto Maynard foi ferido e os tenentes
pediram rendição.
3. A REVOLUÇÃO DE 30
EM SERGIPE:
Sergipe não se incorporou dessa vez
desde os
primeiros momentos à revolução. em
16.10.1930, o manifesto de Juarez Távora e as tropas revolucionárias foram
recebidas festivamente na cidade. Augusto Maynard foi indicado como Interventor Federal de Sergipe.
4. O GOVERNO DE
SEIXAS DÓREA (1962-1964):
Incorporou-se à luta pelas reformas
de base do
presidente João Goulart. Participou
do comício do 13 de maio no Rio, no qual anunciou a realização da reforma
agrária para Sergipe. Essas atitudes provocaram inquietação nos grupos
conservadores. O golpe militar de 31 de março de 1964, que derrubou
João Goulart, também depôs Seixas Dórea.
Resumo da história de Sergipe para Concursos e
vestibulares
Adailton Andrade -pós-graduado em Ensino Superior em História. Pós
Graduando em Sociedade e Cultura Sergipana, aluno especial de mestrado em
Ciências Sociais da Universidade Federal de Sergipe. Membro do IHGSE.
adailton.andrade@bol.com.br
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